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Cordialidade em público marca novo encontro Abbas-Sharon

Por Agencia Estado
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Com gestos públicos de reconciliação, os primeiros-ministros israelense, Ariel Sharon, e palestino, Mahmoud Abbas, se encontraram nesta terça-feira em Jerusalém. O início do encontro, em frente ao escritório de Sharon, reuniu antigos inimigos, como o ministro da Defesa israelense e o chefe de Segurança palestino, sentados lado a lado em atitude amigável, numa demonstração de intenções pacíficas que se segue a 33 meses de luta sangrenta entre israelenses e palestinos. Foi a terceira reunião do gênero na cidade histórica, mas a primeira em que os dois líderes, cercados pelos principais assessores e ministros dos respectivos gabinetes, adotaram uma atitude amistosa. Os dois premiês renovaram seu apoio ao plano de paz apoiado pelos EUA, e reafirmaram sua disposição de chegar a um acordo. ?Primeiro-ministro Abbas, estamos diante de uma nova oportunidade hoje, a de um futuro melhor para os dois povos?. Em favor de um acordo, ?farei qualquer esforço?, disse Sharon, que pouco antes havia declarado estar disposto a pagar um ?preço doloroso? pela paz. Respondendo no mesmo tom, Abbas disse que cada dia sem um acordo é ?uma oportunidade perdida,e cada vida sacrificada é uma tragédia humana?. Em 4 de junho, os dois primeiros-ministros haviam se encontrado da Jordânia, junto com o presidente americano, George W. Bush, para o lançamento do ?roteiro para a paz? que prevê a criação de um Estado palestino até 2005. Apesar de um acordo de trégua de três meses anunciado no fim de semana pelas principais milícias palestinas - seguido da retirada das tropas de Israel de partes da Faixa de Gaza -, um grupo dissidente de uma das milícias, as Brigadas de Al Aqsa, ligadas ao movimento Fatah, de Yasser arafat, disse que não respeitará a trégua. Dirigentes palestinos em Damasco, na Síria,fizeram idêntica declaração. Ontem, um atacante da Al Aqsa matou um estrangeiro a serviço de Israel na Cisjordânia. Arafat disse hoje que o assassino do trabalhador búlgaro foi detido, mas um comunicado da Segurança palestina negou a detenção. Funcionários de segurança das duas partes concordaram com os detalhes da retirada das forças israelenses de Belém, na Cisjordânia, marcada para quarta-feira. Mas o chefe do serviço de segurança Shin Bet, Avi Ditcher, disse hoje que Israel só deixará outras cidades da Cisjordânia se a polícia palestina começar a desarmar o Hamas, a Jihad Islâmica e outras milícias na Faixa de Gaza. Abbas se opõe ao uso da força contra as milícias. Ele sugeriu nesta terça-feira que as armas ilegais não sejam confiscadas, mas disse que a polícia palestina se compromete a persuadir os milicianos a não usá-las. Em resposta ao pedido de Abbas para que os palestinos presos em Israel sejam libertados, Sharon ordenou ao Shin Bet que prepare uma lista dos palestinos detidos que poderiam deixar a prisão, mas avisou que a lista não incluirá os envolvidos em assassinatos.

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