Coréia diz que saiu de lista do terror

Segundo Pyongyang, EUA removerão sanções para premiar desnuclearização; americano afirma que medida não é iminente

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Por AP e REUTERS E AFP
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Seul - A Coréia do Norte anunciou ontem que os EUA decidiram removê-la da lista de países que apóiam o terrorismo, uma medida que o governo de Pyongyang vinha exigindo na esperança de acabar com seu status de pária. O anúncio foi feito por um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores norte-coreano à agência de notícias oficial KCNA. No entanto, um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA envolvido nas negociações com a Coréia do Norte afirmou que "não é iminente" a retirada do país da lista. "Antes disso, os norte-coreanos ainda têm de fazer várias coisas em áreas-chave", disse ele à TV CNN, sem dar detalhes. Segundo o porta-voz norte-coreano, os EUA decidiram remover a Coréia do Norte da lista e levantar as sanções contra o país durante uma reunião, no fim de semana, com representantes de Pyongyang em Genebra. A decisão teria sido tomada após a Coréia do Norte concordar em adotar "medidas práticas para neutralizar suas instalações nucleares" este ano, disse o porta-voz, cujo nome não foi revelado pela agência. "Como compensação, os EUA decidiram adotar medidas políticas e econômicas, como tirar a Coréia do Norte da lista dos países que patrocinam o terrorismo e levantar todas as sanções que haviam sido adotadas", acrescentou. O negociador americano, Christopher Hill, disse em Genebra que a Coréia do Norte concordou em cooperar totalmente e desmantelar seu programa nuclear até o fim do ano, mas ele não revelou se os EUA ofereceram algo em troca. Hill disse que a próxima reunião ocorrerá em outubro em Pequim. A Coréia do Norte (incluída em 2002 pelo presidente americano, George W. Bush, no chamado "eixo do mal", ao lado de Irã e Iraque) foi posta na lista americana com base na confissão de responsabilidade de agentes norte-coreanos na explosão de um avião sul-coreano de passageiros em Mianmá em 1987. Washington proíbe a venda de armas, mantém o país economicamente isolado e se opõe à concessão de empréstimos do Banco Mundial e de outras instituições financeiras. O anúncio norte-coreano ocorre em meio a vários passos positivos com relação a seu programa nuclear. Pyongyang iniciou sua desnuclearização em meio a um acordo alcançado em fevereiro em Pequim para a entrega de uma grande ajuda em energia ao regime norte-coreano. Em julho, a Coréia do Norte desligou o reator nuclear de Yongbyon. A atual posição de Pyongyang contrasta com a de um ano atrás, quando o país comunista testou um míssil e fez sua primeira prova nuclear.

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