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Coreia do Norte acusa sul-coreanos de usar escudo humano em ataque

Durante enterro dos dois militares sul-coreanos mortos no conflito, o comandante da Marinha prometeu dar uma resposta dura às provocações dos vizinhos do norte

Por Agência Estado
Atualização:

ILHA YEONPYEONGA - A Coreia do Norte acusa a Coreia do Sul de usar civis como "escudo humano" perto de áreas de artilharia na Ilha Yeonpyeong, que foi atacada pelos norte-coreanos na última terça-feira. No domingo, os EUA e a Coreia do Sul devem realizar exercícios militares no Mar Amarelo, onde fica a ilha. Neste sábado, no enterro dos dois militares sul-coreanos mortos no conflito, o comandante da Marinha do país prometeu dar uma resposta dura às provocações dos vizinhos do norte.A agência de notícias estatal da Coreia do Norte disse que, embora "seja muito lamentável, se for verdade que dois civis também morreram nos ataques à Yeonpyeong, a culpa é da medida desumana dos nossos inimigos de criar um ''escudo humano'' ao colocar civis próximos de campos de artilharia". Na terça-feira, a Coreia do Sul estava realizando exercícios militares na ilha, que fica apenas a 11 quilômetros do território continental da Coreia do Norte. Os norte-coreanos afirmam que solicitaram a interrupção dos exercícios, como parte de "um esforço sobre-humano para evitar o confronto até o último momento".O major You Nak-jun, comandante dos fuzileiros navais sul-coreanos, disse hoje que as retaliações do país aos ataques norte-coreanos serão "mil vezes" pior. Ele e o primeiro-ministro Kim Hwang-sik participaram do enterro dos dois militares mortos nos ataques. Mais de 600 pessoas compareceram à cerimônia em Seongnam, que também foi transmitida ao vivo em um telão em Seul.O novo ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Kwan-Jin, disse que o país precisa lidar com as provocações dos norte-coreanos "fortemente". Na sexta-feira, ele substituiu o então ministro Kim Tae-Young, que renunciou após críticas de que a resposta do país aos ataques foi muito fraca.A Coreia do Norte afirma que os exercícios planejados pelos EUA e os sul-coreanos para o domingo mostram que os norte-americanos foram "os criminosos que deliberadamente planejaram o incidente". O país diz que os exercícios são uma "provocação imperdoável" e alertou que vai retaliar e criar um "mar de fogo" se seu território for violado. A Coreia do Norte não reconhece a fronteira marítima traçada pela ONU após a guerra de 1953, e considera as águas do entorno da Ilha Yeonpyeong seu território.Em Washington, o Pentágono minimizou as manobras militares planejadas para o fim de semana, que devem incluir o porta-aviões USS George Washington. "Nós realizamos exercícios lá regularmente", disse o capitão Darryn James, porta-voz do Departamento de Defesa. "E todos os exercícios são em águas internacionais".O aumento da tensão entre as duas Coreias acontece em um momento em que os vizinhos do Norte passam por um delicado processo de transição de poder. O líder Kim Jong Il deve transferir o comando do país para seu filho Kim Jong Un. As informações são da Associated Press.

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