SEUL - A unidade de propaganda do regime norte-coreano disse que o embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul poderia ser alvo de um "incidente maior" do que a facada no rosto sofrida no mês passado se não parar com as acusações insultuosas “risíveis” contra a Coreia do Norte.
O embaixador dos EUA em Seul, Mark Lippert, disse em um discurso na quarta-feira que, se a Coreia do Norte melhorar seu histórico de direitos humanos e adotar medidas para acabar com seu programa nuclear, será recompensada com a prosperidade e melhores relações com o mundo exterior, incluindo os Estados Unidos.
O Comitê do Norte para a Reunificação Pacífica da Coreia disse que as declarações de Lippert eram a prova de que Washington tem um a intenção hostil.
"Lippert precisa largar o mau hábito de se envolver precipitadamente em maquinações de intrigas, distorcendo a verdade e instigando a guerra, adotando uma posição contra nós", disse o comitê em um comentário publicado na quinta-feira no site da propaganda Uriminzokkiri. "Caso contrário, da próxima vez ele poderá ser alvo de um incidente maior do que ser cortado no rosto por um cidadão sul-coreano."
A Coreia do Norte frequentemente critica os Estados Unidos, o maior aliado da Coreia do Sul, acusando-os de se prepararem para uma invasão iminente. A embaixada dos EUA em Seul não fez nenhum comentário imediato.
Lippert foi cortado no rosto com uma faca caseira por um homem sul-coreano com um histórico de problemas comportamentais, durante um fórum no centro de Seul. O ataque o deixou com uma ferida que exigiu 80 pontos. Ele também sofreu ferimentos no braço.
A polícia sul-coreana indiciou o atacante de Lippertpor tentativa de homicídio. Ele não foi acusado de qualquer crime relacionado com a Coreia do Norte depois de ser questionado sobre suas várias visitas. A Coreia do Norte definiu o ataque ao embaixador como uma "merecida punição", mas negou qualquer participação.
As Coreias do Norte e do Sul estão tecnicamente em guerra desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53) que terminou com uma trégua, sem a assinatura de um tratado de paz. / REUTERS