Coreia do Norte ameaça reativar reator se ONU ampliar sanção

Pyongyang defende programa espacial e ameaça contra medidas por lançamento de suposto satélite

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Por Agências internacionais
Atualização:

A Coreia do Norte ameaçou nesta quinta-feira, 26, reativar seu reator de plutônio de Yongbyon se a ONU aplicar novas sanções ao país por conta do suposto satélite de comunicação que pretende lançar na próxima semana e reivindicou seu direito de desenvolver um programa espacial.

 

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Algumas potências regionais lançaram suspeitas sobre o lançamento do satélite, sugerindo que a Coreia do Norte estaria na realidade acobertando o teste de um míssil de longo alcance. A Coreia do Norte posicionou na quarta-feira, em uma plataforma de lançamento, um foguete para supostamente colocar o equipamento em órbita. A comunidade internacional desconfia que Pyongyang testará um míssil Taepodong-2, capaz de atingir o Estado do Alasca, violando as sanções da ONU.

 

O foguete foi instalado na cidade de Musudan-ri (leste), onde Pyongyang testou mísseis em 2006. O governo anunciou que o lançamento ocorrerá entre os dias 4 e 8. Analistas dizem que a Coreia do Norte levaria de sete a dez dias para fazer o lançamento, assim que o foguete fosse colocado na plataforma. Coreia do Sul, Japão e EUA já alertaram que, embora se trate de um satélite, Pyongyang estaria testando sua capacidade de disparar um míssil de longo alcance, pois a tecnologia é similar. Esses três países qualificaram o lançamento de "provocação" e alertaram que acarretaria sanções da ONU à Coreia do Norte por violar a resolução 1718, que a impede de realizar testes com mísseis.

 

"A partir do momento em que o acordo de 19 de setembro é ignorado por esse tipo de iniciativa, as negociações com os seis países (sobre o programa nuclear norte-coreano) serão encerradas, assim como todo o processo de desmantelamento nuclear norte-coreano", afirmou o Ministério de Relações Exteriores em nota divulgada pela agência estatal KCNA.

 

Pyongyang começou a desativar o reator nuclear de Yongbyon no ano passado como parte de um acordo internacional sobre seu programa nuclear. Especialistas dizem que o Norte poderia ter suas instalações funcionando novamente em poucos meses, e poderia aproveitar restos nucleares para produzir plutônio suficiente para mais uma bomba atômica.

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