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Coreia do Norte ameaça retomar programa nuclear se EUA não suspenderem sanções

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Washington estaria cometendo um 'grande erro' ao acreditar que os norte-coreanos concordariam com o desarmamento unilateral

Atualização:

PYONGYANG – A Coreia do Norte ameaçou retomar seu programa nuclear, a não ser que os Estados Unidos suspendam as sanções e deixem de se comportar de modo “arrogante”, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país divulgado neste sábado, 3, pela agência oficial KCNA.

As negociações entre Washington e Pyongyang estagnaram em junho, após o encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un Foto: Ahn Young-joon / AP

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“Se os EUA mantiverem o comportamento arrogante sem demonstrarem nenhuma mudança de posicionamento, a Coreia do Norte pode acrescentar modificações na linha da estratégia econômica adotada em abril”, afirma em nota o diretor do Instituto de Estudos Americanos do ministério, Kwon Jong-gun. “Como resultado, a palavra ‘pyongjin’ surgiria de novo e a mudança de linha seria seriamente reconsiderada”, acrescenta o comunicado, em alusão à política de desenvolver simultaneamente seu programa de armas nucleares e de crescimento econômico.

As negociações entre Washington e Pyongyang estagnaram em junho, após o encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un, no qual os EUA se comprometeram a garantir a sobrevivência do regime em troca da desnuclearização. Desde então, os norte-coreanos reivindicam a assinatura de um tratado de paz e a suspensão das sanções para continuar o processo de colocar um fim ao seu programa nuclear. O governo Trump insiste que as sanções e outras pressões permanecem até que a Coreia do Norte se desnuclearize de vez. O retrocesso poderia reacender as tensões entre os países.

O Ministério norte-coreano das Relações Exteriores pediu a Washington que abandone seu "devaneio tolo" de que sanções e pressões levarão à desnuclearização. Segundo o órgão, os EUA estariam cometendo um “grande erro” ao acreditar que os norte-coreanos concordariam com o desarmamento unilateral, mesmo sob sanções, e ressaltaram que a negociação deveria se basear em reciprocidade e igualdade.

"Os EUA serão capazes de evitar um futuro lastimável que pode prejudicar a si mesmo e ao mundo somente quando desistir do desejo elevado e do ponto de vista unilateral", diz o comunicado.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse a jornalistas que se encontrará com seu colega norte-coreano para mais conversas na próxima semana, nas quais devem discutir a possibilidade de inspetores internacionais entrarem na Coreia do Norte para examinar centros de testes nucleares. No início de novembro, Trump disse que a segunda reunião de cúpula com o líder norte-coreano seria realizada após as eleições legislativas de terça-feira. / EFE e W.Post

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