O regime norte-coreano anunciou nesta quarta-feira, 4, que convocou, até o final de dezembro, uma importante reunião do partido único para decidir sobre "assuntos cruciais", que podem incluir medidas de desnuclearização relacionadas ao diálogo com os Estados Unidos.
O gabinete político do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte convocou a quinta reunião plenária do atual Comitê Central de Treinamento para a segunda quinzena de dezembro, de acordo com informações breves publicadas quarta-feira pela agência de notícias estatal KCNA.
O objetivo do conselho é "discutir e decidir sobre questões cruciais de acordo com os requisitos para o desenvolvimento da revolução coreana e a nova situação em casa e no exterior", explica o texto.
Espera-se que a reunião, a primeira desse tipo em oito meses, se concentre em uma possível mudança de direção em termos diplomáticos ante o impasse no diálogo com os Estados Unidos.
Na reunião plenária de abril passado, o líder norte-coreano Kim Jong-un pediu que os Estados Unidos fizessem uma oferta aceitável e, em seguida, alertou para a possibilidade de optar por "um novo caminho". As negociações bilaterais não avançaram desde o fracasso da cúpula de fevereiro em Hanói, onde Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento de seus ativos nucleares e se recusou a suspender as sanções econômicas.
Também não foi realizada uma reunião em Estocolmo, no início de outubro, para desenvolver a situação. Nesse contexto, os dois lados parecem ter reforçado atualmente a pressão recíproca. Na terça-feira, 3, o vice-chanceler norte-coreano Ri Thae-song emitiu um comunicado lembrando que o prazo dado por Pyongyang está se esgotando e deu a entender que ele poderia testar novamente armas nucleares e mísseis de longo alcance.
Horas mais tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que o Pentágono poderia optar pela rota militar, se necessário, no que é o primeiro aviso desse tipo de presidente em muito tempo.
Mesmo assim, Trump insistiu que ele tem um bom relacionamento pessoal com Kim Jong-un. "Vamos ver o que acontece", concluiu ele em Londres, onde está visitando a reunião de líderes de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Por sua vez, o Pentágono reforçou sua vigilância sobre o Exército da Coréia do Norte, que recentemente realizou dois testes de armas e hoje implantou aeronaves de reconhecimento na Península Coreana pela sexta vez em uma semana. /EFE