Coréia do Norte desafia o mundo e explode bomba nuclear

"O teste nuclear foi realizado com 100% de nosso conhecimento e tecnologia", informa a agência de notícias norte-coreana KCNA

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Por Agencia Estado
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Em desafio à comunidade internacional, a Coréia do Norte realizou na manhã desta segunda-feira na Ásia - fim da noite de domingo no Brasil - o primeiro teste nuclear de sua história, de acordo com a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA. ?Nossa seção de pesquisa científica conduziu, de forma segura e bem-sucedida, um teste nuclear subterrâneo em 9 de outubro?, dizia o despacho da agência. A nota acrescentou que a explosão se deu sem que houvesse nenhum tipo de vazamento radioativo. ?O ensaio nuclear é um acontecimento histórico que trouxe felicidade para nossas Forças Armadas e para o nosso povo?, prosseguiu a agência. ?Esse teste contribuirá para a paz e a estabilidade na Península Coreana e em toda a região que a circunda.? A explosão foi provocada nos arredores da cidade de Kilju, no nordeste do país, perto da fronteira com a China. Quando anunciou a realização do teste, sem que especificasse a data do ensaio, a Coréia do Norte alegou que o poder atômico era necessário para o caso de potências como os EUA a atacassem. Estima-se que o fechado regime comunista da Coréia do Norte tenha um arsenal nuclear de entre 4 e 12 bombas atômicas com potência entre 5 e 8 vezes superior às lançadas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki pelos EUA no final da 2ª Guerra. Especialistas acreditam que os norte-coreanos têm mísseis capazes de atingir a Costa Oeste dos EUA. Desde o ano passado, a Coréia do Norte havia cessado as negociações que mantinha desde 2003 com Coréia do Sul, China, Japão, Rússia e EUA - que tentavam convencer Pyongyang a abandonar seu programa nuclear. Para retomar as conversas sobre desarmamento, os norte-coreanos exigiam a abertura de um diálogo direto com Washington - que mantém pesadas sanções econômicas contra o regime do país e, em 2001, incluiu a Coréia do Norte no chamado ?eixo do mal?, ao lado do Irã e do Iraque de Saddam Hussein. A explosão foi detectada pelo centro de vigilância sísmica sul-coreano. Na primeira reação internacional ao teste, o presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, convocou para uma reunião de emergência todos os seus conselheiros de defesa. Japão reage O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ordenou de Seul, onde se encontra em visita oficial, uma reunião urgente de seu gabinete de segurança ministerial, após a realização do teste nuclear da Coréia do Norte. O Japão já havia reivindicado sanções ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Coréia do Norte, se este país cumprisse as ameaças feitas na terça-feira passada de realizar um teste nuclear para aumentar seu poder de dissuasão militar.

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