
05 de abril de 2013 | 10h09
A informação não pôde ser confirmada. Mas tal manobra pode se destinar a demonstrar que o Norte, irritado com os exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul e com a imposição de sanções da ONU, está preparado para demonstrar sua capacidade de realizar um ataque.
O Norte diz que uma guerra nuclear pode estourar a qualquer momento na península coreana, onde as tensões se agravaram substancialmente no último mês.
Os mercados financeiros sul-coreanos estão se ressentindo da situação, e autoridades financeiras em Seul alertam para impactos de longo prazo.
Mas alguns analistas dizem que a retórica agressiva adotada nas últimas semanas por Pyongyang provavelmente se destina a assegurar concessões, e dificilmente levará a um conflito armado.
Uma fonte militar sul-coreana de alto escalão disse à agência de notícias local Yonhap que "no começo desta semana o Norte movimentou dois mísseis Musudan sobre o trem e os instalou sobre lançadores móveis".
Houve relatos não confirmados na imprensa, na quinta-feira, de que o Norte levou mísseis para a sua costa leste, mas não ficou claro que tipo de mísseis foi mobilizado.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul não quis se manifestar.
As especulações se concentram em dois tipos de mísseis, que aparentemente nunca foram testados.
Um deles é o chamado Musudan, que o Ministério da Defesa da Coreia do Sul estima ter um alcance de até 3.000 quilômetros. O outro é o KN-08, supostamente um míssil balístico intercontinental.
MERCADOS ABALADOS
Em Seul, autoridades econômicas mantiveram reuniões de emergência e prometeram ações fortes e imediatas em caso de instabilidade dos mercados. O envolvimento do Banco Central reforçou as expectativas dos investidores sobre um corte nos juros na semana que vem.
A bolsa de Seul caiu, com o maior volume de venda de investidores estrangeiros em quase 20 meses, refletindo também o agressivo abrandamento monetário japonês, que derrubou o iene.
"No passado, (os mercados) se recuperavam rapidamente do impacto de qualquer evento relacionado à Coreia do Norte, mas as recentes ameaças da Coreia do Norte são muito mais fortes, e o impacto pode, portanto, não desaparecer rapidamente", disse o vice-ministro de Finanças Choo Kyung-ho numa reunião.
A Coreia do Norte ameaça atacar bases militares dos EUA, inclusive no território continental do país, e fechar um complexo industrial mantido conjuntamente com o Sul.
Nesta semana, operários sul-coreanos já foram proibidos de entrar no polo industrial de Kaesong, que fica um pouco ao norte da fronteira comum.
(Reportagem adicional de Lim Seung-gyu, Hyunjoo Jin, Somang Yang e Peter Apps)
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