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Coréia do Norte exige tratado de não-agressão para deter programa nuclear

Por Agencia Estado
Atualização:

A Coréia do Norte rejeitou as pressões dos Estados Unidos para que detenha seu programa nuclear e disse que as tensões podem ser resolvidas se os EUA concordarem em negociar um tratado de não-agressão. O embaixador norte-coreano em Pequim Choe Jin-su, disse que o governo rejeita qualquer pré-condição dos EUA nas conversações. Os EUA rejeitaram hoje mesmo a proposta de retomada de diálogo da Coréia do Norte e de firmar um pacto de não-agressão. "O presidente George W. Bush já esclareceu que nós não temos intenções hostis, por isso o pacto de não-agressão não é uma questão em discussão", disse um funcionário norte-americano, que pediu para não ser identificado. "A questão é se os norte-coreanos abandonarão suas ambições nucleares." O funcionário acrescentou que os EUA avaliarão profundamente as declarações do embaixador da Coréia do Norte em Pequim, principalmente durante as consultas programadas na próxima semana em Washington entre a Coréia do Sul, o Japão e os EUA. Segundo o diplomata norte-coreano, "se os EUA assegurarem legalmente nossa segurança, com um tratado de não-agressão, a questão nuclear na Península Coreana será resolvida facilmente", afirmou. "Entretanto, os EUA devem respeitar os acordos internacionais e responder com o diálogo sem qualquer pré-condição". Choe defendeu a decisão da Coréia do Norte de retomar o programa nuclear no mês passado, que provocou temores na comunidade internacional de que o país comunista possa produzir plutônio para usar em armas nucleares. Ele acusou os EUA de ameaçarem a Coréia do Norte com armas nucleares e disse que o país foi forçado a tomar essa decisão quando os EUA e aliados suspenderam o fornecimento de petróleo prometido sob o acordo de 1994. Os EUA alegam ter suspendido a ajuda por causa da descoberta de que a Coréia do Norte vinha mantendo secretamente um programa nuclear, violando acordos internacionais de controle de armas. Buscando intensificar o envolvimento da Coréia do Sul na resolução da crise, o presidente eleito sul-coreano, Roh Moon-hyun, anunciou hoje que apresentará em breve um compromisso exortando a Coréia do Norte e os EUA a fazerem concessões a fim de amenizar a crescente tensão pelo programa nuclear norte-coreano. Roh, que venceu as eleições em 19 de dezembro, espera que sua proposta resolva a disputa antes de sua posse, no dia 25 de fevereiro, e antes da visita a Washington, dias depois. Segundo a agência sul-coreana Yonhap, a proposta em estudo requer que a Coréia do Norte renuncie publicamente a o programa de armas nucleares e que os EUA garantam a segurança do Estado comunista, "em forma de carta ou documento". A proposta deverá ser apresentada na reunião da próxima semana em Washington.

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