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Coréia do Norte lança míssil antes da posse de Roh

Por Agencia Estado
Atualização:

Em ação provocativa na véspera da posse do novo presidente sul-coreano Roh Moo-hyun, a Coréia do Norte lançou nesta segunda-feira um míssil ao mar, entre a Península Coreana e o Japão. O míssil foi disparado enquanto o secretário americano de Estado, Colin Powell, o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, e outros líderes chegavam a Seul para a cerimônia de posse. O Ministério da Defesa sul-coreano confirmou o disparo do míssil, mas declarou não ter informação sobre seu tipo e alcance. Em Washington, um funcionário do governo disse que, aparentemente, o míssil disparado era de curto alcance. Tanto os EUA como o Japão tinham pedido à Coréia do Norte que não testasse seus mísseis por causa do impasse provocado por seu programa nuclear, alegando que isso criaria mais tensão na região. Prometendo conduzir a Coréia do Sul a uma nova era política, lutar contra a corrupção, pôr fim às rivalidades regionais e fazer um governo próximo do povo, Roh Moo-hyun prestará juramento nesta terça-feira como 16º presidente do país. Mas a posse não terá o mesmo brilho e euforia popular que marcaram as de alguns antecessores também eleitos pelo voto. O país não se recuperou ainda da tragédia do metrô de Daegu, onde um incêndio criminoso matou na semana passada pelo menos 133 pessoas. Muitas solenidades e festividades foram canceladas em respeito à memória das vítimas. Roh assume num momento particularmente delicado para a região, que vê com grande tensão o programa militar da Coréia do Norte (que incluiria a fabricação de mísseis de longo alcance e bombas atômicas). Além disso (fazendo eco ao antiamericanismo crescente no país), ele deixou claro que pretende cumprir as promessas de campanha, entre elas a de "reformar" as relações com Washington, reduzindo a dependência militar (há 37 mil soldados americanos no país). Roh receberá a faixa presidencial na Assembléia Nacional das mãos de seu antecessor Kim Dae-jung que, no discurso de despedida, condenou a imposição de sanções (econômicas ou políticas) contra a Coréia do Norte e pediu aos americanos que procurem resolver direta e pacificamente com os norte-coreanos a questão nuclear.

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