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Coreia do Norte obteve US$ 200 milhões com violação de sanções, diz ONU

Coreia do Norte burla as sanções da ONU para exportar carvão usando bandeiras de navios de outros países e documentos falsos, indica relatório

Atualização:

NOVA YORK - A ONU publicou um informe de seus especialistas encarregados das sanções contra a Coreia do Norte, segundo o qual Pyongyang exportou entre janeiro e setembro de 2017 produtos proibidos, com uma receita de quase US$ 200 milhões.

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As conclusões desses especialistas foram reveladas em fevereiro por várias agências de notícias - incluindo a AFP. Mas o documento, de cerca de 200 páginas, tinha várias questões técnicas para serem ajustadas, o que acabou atrasando sua publicação. Entre elas, problemas de tradução nos diferentes idiomas de uso da ONU.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, inspeciona, em local não informado, o que ele diz ser uma bomba de hidrogênio para um míssil de longo alcance Foto: Korean Central News Agency, via The New York Times

Atualmente, está disponível no site das Nações Unidas e pode ser encontrado no motor de busca, acrescentando-se "Documents.un.org" e o número do sistema S/2018/171, detalhou um diplomata.

Como havia sido informado em fevereiro, o texto destaca que a Coreia do Norte burla as sanções da ONU para exportar carvão. Ele aponta para o uso de bandeiras de navios de outros países, passagem pelo mar de produtos ilícitos entre barcos e documentação fraudulenta destinada a mascarar a origem do carvão.

A Coreia do Norte também burla as sanções da ONU em matéria de fornecimento de petróleo, por meio de diferentes canais, apoiando-se em empresas estrangeiras e no sistema bancário internacional, indica o documento.

A adoção de quatro séries de sanções econômicas entre o final de 2016 e 2017 estimulou a emergência de "mercados lucrativos" para traficantes que fornecem petróleo para a Coreia do Norte e transportam suas exportações de matérias-primas, afirmam os especialistas.

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O informe também menciona projetos de cooperação militar com a Coreia do Norte detectados na África, na região Ásia-Pacífico, assim como com Síria e Mianmar no setor de mísseis balísticos. Em relação à Síria, os especialistas mencionam uma ajuda à construção de um edifício para guardar armamentos.

O documento aponta ainda acordos sobre armas convencionais e operações cibernéticas para roubar segredos militares.

Os diplomatas norte-coreanos no mundo continuam desempenhando um papel no desenvolvimento de programas de armamento proibidos. Fornecem um apoio logístico para a transferência de armas, técnicos militares e contribuem para as operações de Inteligência.

Espiões e outros indivíduos usam contas bancárias em benefício de Pyongyang na Europa e na Ásia-Pacífico, recorrendo a passaportes e a automóveis diplomáticos com o objetivo de evitar as fronteiras terrestres e aéreas, segundo os especialistas da ONU.

No ano passado, o Conselho de Segurança endureceu e ampliou as sanções contra Pyongyang com o propósito de enfrentar seus programas militares, balísticos e nucleares.

Apesar do recente degelo entre as duas Coreias e entre Washington e Coreia do Norte, os Estados Unidos reivindicaram que a ONU mantenha as sanções impostas a Pyongyang./ AFP