Coreia do Norte propõe ampliação de diálogo civil com vizinhos do sul

Seul quer que Pyongyang mostre disposição ao assumir responsabilidade em naufrágio de navio

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SEUL - A Coreia do Norte propôs à Coreia do Sul aumentar o diálogo de interlocutores não-governamentais com base nos acordos da histórica cúpula intercoreana de 2000, informaram nesta quinta-feira, 21, fontes oficiais sul-coreanas citadas pela agência local Yonhap. Este novo gesto conciliador do regime de Kim Jong-il foi remitido por fax a Seul na quarta por parte do comitê norte-coreano encarregado de implementar os acordos daquela primeira reunião de junho de 2000 em Pyongyang entre o então presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, e o líder norte-coreano. Pyongyang propõe "realizar contatos nos momentos apropriados", enquanto o ministro da Unificação sul-coreano, Hyun In-taek, disse nesta quinta-feira que examinará detalhadamente a proposta para decidir se o governo deve permitir esses encontros, destacou a Yonhap. Segundo Hyun, o regime norte-coreano "deve mostrar disposição a assumir responsabilidade no ataque do Cheonan" - navio sul-coreano que afundou em março passado nas águas na fronteira com a Coreia do Norte - e também "estar decidido à desnuclearização". Desde que o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, ascendeu ao poder no início de 2008, a Coreia do Norte fez propostas similares para cumprir os acordos da cúpula intercoreana de 2000, entre os quais se pretende facilitar os contatos entre civis. Os contatos de sul-coreanos com seus vizinhos do Norte devem ser aprovados previamente pelo governo de Seul. Este novo gesto a favor do diálogo por parte de Pyongyang é bastante significativo, pois se soma a outros recentes, como o reatamento da linha de comunicação para aviação civil decidida nesta semana.O afundamento da embarcação sul-coreana Cheonan em março deste ano, que provocou a morte de 46 tripulantes, levou as relações entre as duas Coreias ao pior nível de tensão em anos. Seul acusa Pyongyang do ataque, mas o regime comunista o nega. Apesar desta crise, as duas Coreias realizarão no fim deste mês uma nova reunião de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953), um conflito encerrado com um armistício, mas sem um tratado de paz formal.Além disso, segundo a agência Yonhap, a Coreia do Norte propôs debater formas de promover as atividades da imprensa "que cumpram a missão do jornalismo".

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