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Coréia do Norte reivindica direito de testar mísseis

Governo coreano destacou que não há nenhum tratado internacional que o impeça de promover testes e reforçou que estrangeiros não têm direito de criticar suas ações

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo da Coréia do Norte reivindicou nesta terça-feira o direito de conduzir testes de mísseis e destacou que não há nenhum tratado internacional que o impeça de promover tais testes. Pyongyang reforçou ainda que estrangeiros não têm o direito de criticar suas ações. "Essa questão tem a ver com nossa autonomia. Ninguém pode nos tirar esse direito", disse o diplomata norte-coreano Ri Pyong-dok a jornalistas japoneses em Pyongyang, informou a agência de notícias Kyodo. De acordo com Ri, testes eventualmente realizados pela Coréia do Norte não estão cobertos por uma declaração conjunta feita durante negociações nucleares conduzidas no ano passado nem por um acordo de 2002 entre Tóquio em Pyongyang referente a uma moratória nos testes. O diplomata assegurou aos jornalistas que suas declarações representam a posição oficial da Coréia do Norte sobre o tema, mas recusou-se a confirmar ou a desmentir se o teste será realizado por considerar "inadequado para um diplomata" divulgar tais informações. Os comentários de Ri foram feitos durante uma entrevista concedida à Kyodo e a mais três veículos de comunicação japoneses sobre outro assunto, informou a agência. Defesa americana Mais tarde, a Kyodo noticiou que os Estados Unidos ativaram seu sistema de defesa de mísseis para tentar interceptar o míssil norte-coreano caso ele venha a ser testado. A agência citou o Washington Times, um jornal com notórias relações com o Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono), para informar que as forças americanas pretendem interceptar o míssil caso ele venha a ser testado. O embaixador americano nas Nações Unidas, John Bolton disse nesta terça-feira que a prioridade do Conselho de Segurança é convencer a Coréia do Norte a não realizar testes de mísseis. "Estamos discutindo vários aspectos que recaem sob domínio do Conselho de Segurança, já que o lançamento constituiria uma ameaça à paz e a segurança internacional ", disse Bolton a repórteres durante uma coletiva de imprensa. "Nossa esperança é que a Coréia do Norte não realize o teste. Não tomaremos nenhuma ação até constatarmos o que a Coréia fará. Apesar dos rumores sobre um iminente lançamento, não havia notícias sobre o teste até a noite de segunda-feira e considera-se improvável que a Coréia do Norte tente testar um míssil durante a noite. De acordo com imagens de satélite divulgadas pela televisão japonesa, analistas militares acreditam que o míssil ainda está sendo abastecido. Em Washington, uma fonte no governo americano dizia que a análise das informações sugeria que o abastecimento já teria acabado e o lançamento seria iminente. Por sua vez, os serviços do Japão e da Coréia do Sul discordam dessa avaliação e acreditam que o abastecimento ainda não terminou. Moratória Em setembro do ano passado, representantes de China, Estados Unidos, Japão, Rússia e das Coréias do Norte e do Sul reunidos em Pequim concordaram em trabalhar "pela paz e a estabilidade na região", mas o acerto não continha menções específicas a eventuais testes de mísseis. Em 2002, Coréia do Norte e Japão negociaram uma moratória nos testes. A moratória foi mantida em 2004 em declarações do presidente da Coréia do Norte, Kim Jong Il. Antes, a Coréia do Norte já havia declarado uma moratória autoimposta de testes de mísseis de longa distância em 1999.

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