Coréia do Norte rejeita resolução da ONU

O documento foi considerado "fabricado" e fruto de "um complô político"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Coréia do Norte manifestou nesta segunda-feira a rejeição à resolução aprovada na Assembléia Geral da ONU sobre a violação dos direitos humanos no país, que considerou "fabricada" e fruto de "um complô político". "Rejeitamos firmemente a resolução de direitos humanos, uma manipulação dirigida pelos poderes inimigos, como os Estados Unidos e a União Européia (UE), e uma calúnia política contra nossa República", disse um porta-voz do Ministério de Exteriores norte-coreano, citado pela Agência Central de Notícias norte-coreana "KCNA". Essa resolução está cheia de "mentiras que não convencem a ninguém" e "não tem valor legal", disse o porta-voz. Na sexta-feira passada, a Assembléia Geral da ONU condenou o abuso e a violação sistemática dos direitos humanos na Coréia do Norte, decisão que pela primeira vez contou com o apoio de Seul. Os 192 países da ONU adotaram o documento, apresentado pelos 25 países da UE, com 91 votos a favor, 21 contra e 60 abstenções. O porta-voz do Ministério de Exteriores norte-coreano, que não foi identificado, evitou fazer referências ao apoio da Coréia do Sul a esta resolução, que considerou "produto do complô político" contra Pyongyang. "Os EUA e outros países ocidentais estão cometendo sérios abusos dos direitos humanos, como uma discriminação racial extrema, mantendo o maior número de prisioneiros e violações horrendas de direitos humanos, como o massacre de civis no Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbano e outros países", apontou o porta-voz. "Isto prova de forma eloqüente a politização do assunto dos direitos humanos e os dois pesos e as duas medidas", afirmou. Na resolução aprovada pela ONU, que não tem caráter vinculativo, é solicitado à Coréia do Norte que suspenda os abusos aos direitos humanos, além de pedir a entrada no país de um relator especial que possa avaliar a situação. O texto também expressa a preocupação pelas prisões arbitrárias e extrajudiciárias, a ausência de um processo legal, a imposição da pena de morte por razões políticas e a existência de presídios nos quais os detentos são obrigados a realizar trabalhos forçados. A resolução também expõe a grave situação em que vivem os refugiados e a violação dos direitos fundamentais da mulher, além dos abortos forçados e o infanticídio, entre outros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.