PUBLICIDADE

Coréia do Sul diz que Norte não tem armas nucleares

Por Agencia Estado
Atualização:

Com poucos indícios de solução para a crise nuclear norte-coreana, a Coréia do Sul e seu aliado, os EUA, mostravam divergências nesta segunda-feira quanto à atitude diante do país comunista e à maneira de superar o atual impasse. O primeiro-ministro sul-coreano Kim Suk-soo, o primeiro na hierarquia depois do presidente Kim Dae-jung, disse, ao comparecer perante o Parlamento, que seu governo não acredita que a Coréia do Norte tenha armamentos nucleares - uma declaração que contradiz a afirmação americana de que Pyongyang tem uma ou duas bombas atômicas. "Parece que a Coréia do Norte extraiu suficiente plutônio para fabricar uma ou duas bombas atômicas antes de 1994", disse Kim. "Desde então, não houve confirmação de que na realidade houvesse produzido armamento nuclear, e nós acreditamos que não tenha nenhuma (dessas armas)", acrescentou. O secretário de Defesa americano Donald H. Rumsfeld disse, no domingo, na Alemanha, que quase todos os serviços de inteligência sabem que os norte-coreanos têm "uma ou duas armas nucleares", e que podem ter suficiente material nuclear para fabricar entre ?seis e oito armas nucleares adicionais? até maio ou junho. O governo de Pyongyang disse apenas que tem o direito de desenvolver armas nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), das Nações Unidas, poderá apresentar a disputa em torno da questão nuclear na Coréia do Norte ao Conselho de Segurança da ONU numa reunião do órgão na quarta-feira, disse a porta-voz da agência, Melissa Fleming. O Conselho poderá considerar a aplicação de sanções econômicas e políticas contra o país comunista. Nos EUA, o secretário de Estado, Colin Powell, disse no domingo que Washington no fim acabará falando com a Coréia do Norte, mas que isto deve ser feito dentro de um "marco multilateral". "Não podemos permitir que a Coréia do Norte dite os termos sob os quais as conversações devem se realizar. Creio que no final haverá conversações, mas que outras nações têm um papel a desempenhar", disse Powell ao programa Sunday News, da rede Fox de televisão. Entre tais países, o secretário de Estado citou a China, que envia à Coréia do Norte "metade de sua ajuda externa". Além disso, a China teme que a idéia de pressionar economicamente Pyongyang possa causar o deslocamento de norte-coreanos famintos para a fronteira, gerando uma crise humanitária em território chinês. A Coréia do Norte deseja um encontro bilateral com os EUA, e a Coréia do Sul deseja que os adversários negociem de forma direta o mais rápido possível. Em seu regresso dos EUA, no domingo, Chyung Dai-chul, enviado do presidente eleito sul-coreano, Roh Moo-hyun, disse ter pedido a Washington que "comece discussões abertas e diretas" com a Coréia do Norte "rapidamente e sem pré-condições". O embaixador americano em Tóquio, Howard H. Baker, advertiu sobre uma possível prova de mísseis norte-coreanos sobre território japonês, o que poderia ser um meio de aumentar a tensão a respeito dos programas nucleares de Pyongyang. A Coréia do Norte alarmou a região ao lançar um míssil sobre o Japão, que caiu no Oceano Pacífico em 1998. O embaixador citou fontes não identificadas, incluindo informes de imprensa. Contra a guerra Centenas de grupos cívicos da Coréia do Sul planejam realizar manifestações antiguerra durante esta semana, para protestar contra uma possível guerra dos Estados Unidos contra o Iraque e exigir uma solução pacífica para a crise nuclear que envolve a Coréia do Norte, disse um organizador nesta segunda-feira. Dezenas de milhares de representantes de mais de 700 grupos deverão participar de protestos em Seul e outras cidades sul-coreanas no sábado, disse Park Jung-eun, um ativista da Solidariedade Popular pela Democracia Participativa, um grupo sediado em Seul.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.