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Coreia do Sul emite mandado de prisão para filha de amiga da presidente acusada de corrupção

Autoridades acusam Chung Yoo-ra, filha de Choi Soon-sil, de obstrução da Justiça, e tentam invalidar seu passaporte e obter informações sobre seu paradeiro

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Por Redação
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SEUL - A Coreia do Sul emitiu nesta quarta-feira, 20, um mandado de prisão para a filha de Choi Soon-sil, mulher envolvida no escândalo de corrupção da presidente sul-coreana afastada, Park Geun-hye. Investigadores fizeram buscas no Serviço Nacional de Pensões em razão de possíveis elos da entidade com o caso.

Um procurador especial começou uma investigação sobre o escândalo de tráfico de influência que ameaça a tornar Park, de 64 anos, a primeira líder democraticamente eleita do país a deixar o cargo precocemente. O Parlamento aprovou um pedido de impeachment da líder, decisão que ainda precisa ser confirmada ou revertida pela Corte Constitucional do país.

Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon

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Um tribunal emitiu um mandado de prisão para Chung Yoo-ra, a filha de 20 anos da amiga íntima de Park que está sob custódia e em julgamento por fraude e abuso de poder. O advogado de Chung disse que ela está na Alemanha, para onde foi em setembro, de acordo com reportagens.

"Temos um mandado de prisão para Chung por várias acusações, incluindo obstrução da Justiça, e planejamos solicitar a cooperação de procuradores alemães com base nessas acusações", afirmou Lee Kyu-chul, porta-voz do escritório do procurador, em uma coletiva de imprensa. Ele explicou que as autoridades estão procurando invalidar o passaporte sul-coreano de Chung e pediram informações sobre seu paradeiro e recursos financeiros a procuradores alemães.

Praticante de hipismo que competiu nos Jogos Asiáticos de 2014 e conquistou uma medalha de ouro na competição por equipe, Chung despertou a ira da população no início deste ano quando se descobriu que ela recebeu tratamento especial da Universidade Feminina Ewha, mas sua admissão foi cancelada mais tarde.

Crise. O partido que governa a Coreia do Sul enfrenta uma forte divisão após a destituição da presidente Park, que abriu uma crise interna no país, afetando seriamente as possibilidades eleitorais da formação.

Mais de 30 parlamentares do partido Saenuri hostis a Park prometeram abandonar a organização, com a denúncia de que a direção se recusa a implementar reformas, apesar da crise política provocada pelo impeachment da presidente em 9 de dezembro.

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"Chegamos à conclusão de que uma reforma conservadora por meio do partido Saenuri é impossível", disse à imprensa Yoo Seung-Min, um parlamentar que integra o grupo dissidente. A divisão complica o panorama para uma possível candidatura do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considerado um bom candidato para o partido de centro-direita.

Yoo Seung-Min afirmou que 35 congressistas concordaram em deixar o partido no dia 27 e tentarão convencer outros parlamentares a fazer o mesmo. Caso a ruptura seja concretizada, o partido governante ficaria com 90 representantes de um total de 300 na Assembleia, o que o deixaria como segunda força no Parlamento, atrás do Partido Liberal Democrático.

A Corte Constitucional tem prazo máximo de 180 dias para um pronunciamento sobre a destituição de Park. Se o impeachment for confirmado, novas eleições devem ser convocadas em um prazo de até 60 dias. Neste cenário, a crise do Saenuri reduz as possibilidades do partido de vencer as eleições. / REUTERS e AFP

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