21 de janeiro de 2020 | 03h14
SEUL - A Coreia do Sul enviará um destróier naval e 300 soldados ao Estreito de Ormuz, anunciou o Ministério da Defesa na terça-feira, 21, após pressão dos Estados Unidos no contexto da escalada de tensões entre Washington e Teerã.
O Irã foi responsabilizado por ataques a navios no estreito, um ponto estratégico para o comércio mundial de petróleo e onde os Estados Unidos implantaram uma missão naval.
O pedido colocou Seul em um dilema difícil, pois mantém relações diplomáticas com o Irã desde o início dos anos 1960 e até o ano passado o país era um de seus principais fornecedores de petróleo.
Em comunicado, o Ministério da Defesa disse que Seul decidiu "expandir temporariamente" a área de implantação de sua unidade militar antipirataria, que opera na costa da Somália, para incluir o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, os quais estão ligados por o estreito de Ormuz.
O ministério insistiu que o destróier sul-coreano não fará parte da missão naval dos Estados Unidos, embora dois oficiais de ligação sejam enviados à sede dos EUA para "compartilhar informações".
Coreia do Sul e Estados Unidos mantêm uma aliança de segurança, mas suas relações foram quebradas nos últimos anos. A origem dessas diferenças está na exigência do governo Donald Trump de que Seul pague bilhões de dólares a mais pelos custos de 28.500 soldados dos EUA estacionados naquele país para protegê-lo da Coreia do Norte.
O embaixador dos EUA, Harry Harris, pediu a Seul na semana passada que se juntasse à missão naval, dizendo que "muito poucos países têm uma necessidade maior" de participar, já que a Coreia do Sul "recebe 70% de seus suprimentos de petróleo do Oriente Médio". / AFP
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