Coréia do Sul espera notícias de tradutor seqüestrado

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Por Agencia Estado
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A Coréia do Sul aguardava hoje, em suspense, o destino do tradutor Kim Sun-il, seqüestrado desde o dia 17 no Iraque e ameaçado de decapitação por um grupo supostamente vinculado à Al-Qaeda). Embora tenha anunciado estar "se esforçando" para libertar Kim, o governo sul-coreano garantiu que não negociará com os terroristas. No domingo, o grupo, liderado pelo militante jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, deu 24 horas para que Seul retirasse seus técnicos do Iraque. Dois dias antes, a rede de Bin Laden já havia degolado, na Arábia Saudita, o refém americano Paul Marshall Johnson. Kim, de 33 anos, foi seqüestrado em Faluja. Ele trabalhava para a empresa Gana Trading Company, que presta serviço às tropas americanas. No domingo, a tevê árabe Al Jazira exibiu um vídeo onde o sul-coreano implorava por sua vida. "Soldados sul-coreanos, por favor, deixem o país (Iraque). Não quero morrer", implorou Kim. Os terroristas, por sua vez, advertiram: "Caso nossas exigências não sejam cumpridas, enviaremos a cabeça deste sul-coreano a seu governo." A despeito do drama, e além de não retirar seus 660 engenheiros de Bagdá, o governo sul-coreano manteve sua postura de enviar ao Iraque 3 mil soldados até agosto. Terminado o prazo estipulado pelos terroristas, centenas de pessoas (incluindo os pais do tradutor) fizeram vigília, hoje, na frente da embaixada dos EUA em Seul. Em sua maioria, eram pessoas que se opõem ao envio de tropas. O governo sul-coreano garantiu que cinco altos funcionários (dois do Ministério do Exterior e três representantes do governo) estavam sendo enviados para a Jordânia, que faz fronteira com o Iraque, para tentar libertar Kim do cativeiro. Dan Senor, porta-voz da coalizão militar liderada pelos EUA, no Iraque, também disse estar "fazendo o possível" pelo sul-coreano. "Consideramos toda a tomada de reféns uma prioridade. Estamos nos mobilizando", afirmou. Até dez estrangeiros encontram-se em cativeiro junto com Kim, informou a agência de notícias sul-corean Yonhap. No grupo estão um jornalista europeu e estrangeiros que trabalham para a companhia norte-americana Kellogg Brown & Root, segundo a agência, que citou declarações do representante da companhia para a qual o sul-coreano trabalha.

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