
26 de abril de 2013 | 14h40
SEUL - A Coreia do Sul vai retirar todos os trabalhadores restantes do complexo industrial de Kaesong, zona conjunta com a Coreia do Norte, informou o governo sul-coreano nesta sexta-feira, 26, depois que o regime de Pyongyang rejeitou um convite para conversações formais com o objetivo de acabar com o impasse que levou à suspensão das operações no local.
A decisão de retirar cerca de 170 pessoas de Kaesong, localizado ao norte da fronteira fortemente armada, aprofunda o conflito entre as duas Coreias e coloca em risco o último canal remanescente de troca, que foi resultado de um encontro realizado em 2000 na tentativa de melhorar as relações.
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As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra sob uma mera trégua que encerrou as hostilidades no conflito de 1950-1953 e a Coreia do Norte, com raiva das sanções aplicadas pela ONU e dos exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA, ameaçou ambos os países com ataques nucleares nas últimas semanas.
"Porque os nossos cidadãos que permanecem na zona industrial de Kaesong estão enfrentando grandes dificuldades devido a ações injustas do Norte, o governo chegou à decisão inevitável de trazer de volta todos os funcionários restantes, a fim de proteger a sua segurança", disse o ministro da Unificação sul-coreano, Ryoo Kihl-jae.
O Norte retirou seus 53 mil trabalhadores do complexo este mês, em meio ao aumento da tensão em entre os dois países. O Norte tem impedido a entrada dos trabalhadores sul-coreanos e de suprimentos no local desde 3 de abril.
A empobrecida Coreia do Norte rejeitou uma proposta de conversações, dizendo que o Sul tem atuado de forma "imperdoável" para comprometer um legado "precioso" para buscar a paz.
O projeto Kaesong, inaugurado em 2004, abriga 123 empresas sul-coreanas produzindo vestuário, bens domésticos e capacetes de motocicleta, empregando trabalhadores locais. A zona era uma lucrativa fonte de receita para o Norte, dando-lhe quase US$ 90 milhões por ano. As fábricas sul-coreanas pagavam cerca de US$ 130 por mês ao governo da Coreia do Norte por cada trabalhador.
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