Coreias retomam linha de comunicação, mas não estabelecem diálogo

Seul ainda pede ações concretas a Pyongyang que demonstrem disposição para a paz na região

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SEUL - As duas Coreias restauraram um importante canal de comunicações nesta quarta-feira, 12, o que representa um primeiro passo para o relaxamento das tensões na Península Coreana. A Coreia do Sul, porém, ainda rejeita os chamados da Coreia do Norte para negociações diplomáticas.

 

 

A linha de comunicação da Cruz Vermelha, no vilarejo de Panmunjon, na fronteira entre os países, foi cortada pelo Norte em março de 2010, quando as tensões entre os países se elevaram após o naufrágio de uma corveta sul-coreana. Seul culpa Pyongyang, que nega envolvimento. As investigações internacionais não apontaram responsáveis pelo incidente, que deixou 46 marinheiros mortos.

 

Recentemente, as Coreias voltaram a entrar em atrito após disparos de Pyongyang contra uma ilha sul-coreana. Dois civis e dois militares morreram. Ambos os países ficaram muito próximos de voltar a guerrear.

 

A Coreia do Norte, porém, propôs o retorno das comunicações com Seul e restabeleceu a linha de comunicação. Imediatamente, os sul-coreanos enviaram uma mensagem avisando os norte-coreanos que "o canal nunca deve ser cortado unilateralmente como foi", de acordo com as autoridades.

 

A linha de comunicação da Cruz Vermelha é comumente utilizada pelas Coreias para tratar assuntos humanitários como a reunião de famílias separadas na Guerra da Coreia, de acordo com o Ministério da Unificação da Coreia do Sul.

 

Pyongyang também ofereceu a possibilidade do retorno dos sul-coreanos ao complexo industrial de Keasong, dividido entre os países. Os sul-coreanos foram expulsos pelo Norte depois do episódio da corveta.

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Seul, porém, não tem planos ainda para enviar representantes ao complexo a menos que Pyongyang prometa garantir a segurança dos sul-coreanos e não expulsá-los no futuro.

Os conflitos entre as Coreias são comuns, já que a Guerra da Coreia (1950-1953) nunca foi encerrada formalmente. Os países apenas assinaram uma trégua e frequentemente trocam farpas.

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