Corpos de vítimas dos atentados na França são enterrados

Cerimônia e velório de policiais franceses ocorrem em Paris; vítimas que estavam em mercado judeu são enterradas em Israel

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

PARIS - (Atualizada às 15h15)Os corpos das vítimas da série de atentados que ocorreram na semana passada na França foram enterrados nesta terça-feira, 13. Os corpos das quatro pessoas mortas no mercado Hyper Cacher, atacado por Amedy Coulibaly, na sexta-feira 9, foram levados para Israel onde foram enterrados diante de uma multidão.

PUBLICIDADE

Na França, o presidente François Hollande prestou homenagem aos três policiais mortos e afirmou que as vítimas morreram com "coragem e dignidade" no cumprimento de seu trabalho. Ahmed Merabet, Franck Brisolaro e Clarissa Jean-Philippe "compartilhavam a vontade de proteger seus concidadãos e tinham um ideal, o de servir à República", disse o líder francês no pátio central da sede da polícia de Paris.

Merabet e Brinsolaro morreram na quarta-feira 7, quando os irmãos Said e Chérif Kouachi atacaram a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, matando outras dez pessoas, entre elas o diretor do semanário, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb.

Na quinta-feira, Clarissa foi assassinada no sul da capital francesa por Coulibaly, terrorista que fez mais de dez de reféns em um mercado judeu um dia depois.

Hollande, acompanhado pelo primeiro-ministro, Manuel Valls, e pelos ministros da Defesa, Jean-Yves Le Drian, e das Relações Exteriores, Laurent Fabius, afirmou que os três policiais, que representavam "o compromisso com os valores fundadores da República", "caíram como mártires" e morreram para que o restante dos cidadãos possa viver livre.

O presidente ressaltou que é preciso seguir atuando sob os princípios de firmeza, sangue frio e unidade contra os atos antissemitas e anti-muçulmanos, a apologia ao terrorismo e os que vão para a Síria e Iraque treinar com jihadistas. "Os assassinos não tinham nem cor nem religião, estavam movidos pelo ódio, um ódio que detesta o que a França representa, a diversidade, o pluralismo, o laicismo, um ideal de paz."

A cerimônia em Paris foi realizada de forma simultânea ao início, em Jerusalém, do enterro das quatro vítimas do mercado judeu, cujos corpos chegaram antes do amanhecer no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel-Aviv. O funeral oficial ocorreu no cemitério de Givat Shaul e foi acompanhado por uma multidão.

Publicidade

O enterro de Yoram Cohen, Philippe Barham, Yoav Hatab e François Michel Saada teve cerimônia com a participação do presidente Reuven Rivlin, do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, de ministros, deputados e rabinos. "Hoje, mais do que nunca, Israel é o verdadeiro lar de todos nós e quanto maior for o número e mais unidos nós formos em nosso terra, mais fortes seremos em nosso país. E essa é a esperança de todo povo judaico", disse o premiê, em hebraico.

Inicialmente, tinha sido anunciado que os quatro seriam sepultados no Monte das Oliveiras, o cemitério judaico mais antigo do mundo ainda em uso, em Jerusalém Oriental, em frente ao Monte do Templo (Esplanada das Mesquitas). Para qualquer seguidor da fé judaica, ser enterrado ali é um privilégio por sua proximidade ao lugar onde há 2 mil anos foi construído o templo de Jerusalém. Devido ao limitado espaço para os sepultamentos só as pessoas ricas ou com um reconhecido status jazem neste cemitério.

Segundo um comunicado oficial, a cerimônia foi realizada segundo o mais estrito rito religioso judeu, com a leitura de salmos pelo grande rabino sefaradita Itzjak Yosef, o kadish (oração fúnebre) por algum integrante da família, honras fúnebres pelo rabino chefe de Jerusalém, Shlomo Amar, e o acendimento de quatro velas por suas almas. /EFE e REUTERS 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.