Correa ameaça voltar ao Equador para convocar Constituinte e voltar à presidência

Ex-presidente rompeu com seu afilhado político, Lenín Moreno, eleito este ano para o Palácio de Carondelet, depois que o sucessor se afastou de suas políticas e passou a investigar aliados suspeitos de corrupção

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BOGOTÁ -O ex-presidente do Equador Rafael Correa, que se retirou da política para um período de estudos na Bélgica, pretende retornar a seu país e promover uma Assembleia Constituinte para voltar ao poder. O ex-presidente rompeu com seu afilhado político, Lenín Moreno, eleito este ano para o Palácio de Carondelet, depois que o sucessor se afastou de suas políticas e passou a investigar aliados suspeitos de corrupção. 

“Se continuarem destruindo o legado, vamos impulsionar uma Constituinte, e aí eu terei de voltar como candidato”, disse Correa em visita à Colômbia. 

O ex-presidente equatoriano, Rafael Correa (E), ergue os braços de seu sucessor, Lenin Moreno (C), durante cerimônia de posse no Parlamento Foto: AFP PHOTO / Rodrigo BUENDIA

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Correa deixou o Equador em julho e poucas semanas após sair do país começou a se desentender com Moreno, que distanciou-se do padrinho em temas como a economia, combate a corrupção e relações com a imprensa. Agora, o ex-presidente chama o sucessor, que foi seu vice-presidente de “traidor e medíocre”. 

“Sempre soubemos que Moreno era uma pessoa sem convicção, mas não sabíamos que era tão desleal, mau e perverso”, disse. 

A crise entre os ex-aliados ameaça fraturar o Alianza País – partido de esquerda criado por Correa para consolidar sua Revolução Cidadã. A situação se agravou com a decisão de Moreno de retirar as funções do vice-presidente Jorge Glas, muito próximo de Correa e envolvido em denúncias de corrupção. A Justiça deve determinar em breve se Glas será indiciado. 

“Conheço Glas por toda minha vida, trabalhamos juntos e nunca roubou nem um centavo”, disse Correa, que afirmou que Moreno pretende prendê-lo se ele voltar ao Equador. 

Moreno ainda não respondeu às afirmações do ex-presidente. / AFP

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