PUBLICIDADE

Correa entrega cargo à Constituinte

Apesar de gesto do presidente, fórum constitucional de maioria governista deve ratificar hoje líder no poder

Por Quito
Atualização:

O presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou ontem formalmente sua renúncia à recém-instalada Assembléia Constituinte, que deve confirmá-lo no cargo hoje. O fórum instalou-se ontem na cidade de Montecristi, 250 quilômetros a sudoeste de Quito. "Fiéis aos nossos princípios e à palavra empenhada ao povo equatoriano, entregamos a essa Assembléia Nacional Constituinte nossos cargos de presidente e vice-presidente, com o propósito de que esta Assembléia se encontre livre para decidir sobre o futuro do governo da pátria", afirmaram Correa e o vice-presidente Lenin Moreno em carta ao presidente da Constituinte, o deputado governista Alberto Acosta. Apesar do gesto do presidente, a coalizão governista Aliança País, que tem 80 das 130 cadeiras da Constituinte, deve ratificar Correa no poder hoje, na abertura oficial do fórum, que funcionará durante 180 dias. Essa é a segunda Assembléia Constituinte da história recente do Equador, que modificará a Carta aprovada em 5 de junho de 1998. A nova Constituição será a 20ª do país. Em entrevista à primeira TV estatal do Equador, que também foi inaugurada ontem, Correa afirmou que a Constituinte é uma oportunidade histórica para que se obtenha mudanças no marco institucional do Estado. "Espero que (a Assembléia) faça uma transformação radical, profunda e rápida nas estruturas políticas, econômicas e sociais do país", afirmou Correa. Nos últimos dez anos, o Equador viu seu sistema político desmantelar-se em meio a crises que fizeram com que três presidentes eleitos não conseguissem chegar ao fim do mandato. A expectativa em torno da abertura oficial dos debates, hoje, é grande. Os presidentes Álvaro Uribe, da Colômbia, e Hugo Chávez, da Venezuela, estavam com presença marcada para a solenidade de hoje, mas ontem a chancelaria equatoriana anunciou que o venezuelano não comparecerá. Na quarta-feira, Chávez rompeu relações com o governo colombiano. Ontem, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Cedatos apontou que mais da metade da população equatoriana não sabe o que significa os "plenos poderes" da Constituinte. Segundo os dados, 62% dos equatorianos desconhecem o significado da expressão. AP, EFE E REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.