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Corte britânica determina extradição de criador de WikiLeaks para a Suécia

Julian Assange é acusado de estupro; defesa tem até duas semanas para recorrer da sentença.

Por BBC Brasil
Atualização:

Defesa de Assange alegará falta de motivos para extradção Um tribunal britânico determinou que o criador do site WikiLeaks, Julian Assange, seja extraditado para a Suécia por acusação de estupro. Segundo o parecer do juiz Howard Riddle, os crimes sexuais pelos quais Assange é acusado são passíveis de extradição. Assange foi acusado de ter violentado duas mulheres, na Suécia, e promotores suecos vinham pedindo a sua extradição para poder interrogá-lo. Os advogados de Assange têm duas semanas para recorrer da decisão judicial. Política Assange vem negando as acusações e afirma que o processo tem movitações políticas. O criador do WikiLeaks recebeu pesadas críticas de diferentes países, mas em especial dos Estados Unidos, após o site de denúncias ter começado a divulgar uma série de documentos sigilosos da diplomacia americana. Assange e seus representantes legais vinham argumentando que os promotores suecos não teriam o direito de emitir um mandado de prisão porque ele não havia sido indiciado formalmente por nenhum delito. Durante a audiência, na Corte dos Magistrados de Belmarsh, em Londres, os advogados de Assange também deverão questionar se o pedido de extradição não pode acarretar violações de direitos humanos básicos do acusado. A equipe de advogados de Assange, comandada por Geoffrey Robertson, alegou que se seu cliente fosse forçado a ir para a Suécia, ele poderia ser extraditado para os Estados Unidos ou até mesmo ser enviado para a prisão de Guantánamo por outras acusações, ligadas à divulgação de documentos diplomáticos secretos pelo WikiLeaks. A defesa de Assange diz ainda temer que ele seja sentenciado à pena de morte, caso seja extraditado para os Estados Unidos. Os advogados de Assange afirmaram também que como a base do pedido de extradição é a intenção de interrogar o dono do WikiLeaks na Suécia, o ato de interrogá-lo poderia ser realizado na própria Grã-Bretanha ou pela internet. A defesa do autor do WikiLeaks argumentou também que ele não receberia um julgamento justo na Suécia, uma vez que casos de estupro no país costumam ser realizados sem a presença de um júri e em segredo. A promotoria deve argumentar que Assange, australiano de 39 anos, deve ser extraditado para enfrentar acusações de estupro sob a lei sueca, devido a alegações feitas por duas mulheres. Assange foi solto sob fiança por decisão de um juiz da Corte Alta da Grã-Bretanha antes do Natal, após ter passado nove dias na prisão. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.