Corte egípcia abre caminho para retorno de ex-premiê do governo Mubarak

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Por TOM PERRY E YASMINE SALEH
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O último primeiro-ministro do governo de Hosni Mubarak, Ahmed Shafik, estará livre em breve para retornar de um exílio voluntário e, talvez, voltar ao cenário político, depois que tribunais egípcios o inocentaram nesta quinta-feira em um caso de corrupção e arquivaram um outro processo contra ele. Shafik deixou o Egito no ano passado, depois de ter sido derrotado na eleição presidencial por Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. Vários casos de corrupção foram apresentados contra Shafik durante o governo de Mursi, que foi abreviado em julho, quando foi deposto pelo Exército após protestos em massa contra ele. Fontes judiciais disseram que o tribunal havia enviado o caso final contra Shafik de volta para o procurador, que deve agora decidir se o rejeita ou ordena mais investigações sobre as acusações, que estão relacionadas com a alocação ilegal de terras do Estado. Uma decisão em separado absolveu Shafik e dois filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, em um outro caso de corrupção. Mas Alaa e Gamal Mubarak permanecem detidos por causa de outros processos também relacionados com corrupção. As decisões judiciais significam que dentro de alguns dias o nome de Shafik será removido de uma lista de pessoas cuja prisão foi pedida, contanto que nenhuma nova ação seja apresentada contra ele, disseram fontes do Judiciário. O retorno de Shafik refletiria a mudança no balanço de poder no Egito desde que o Exército depôs Mursi e colocou a maior nação do mundo árabe em um novo caminho político, com a meta de realização de eleições parlamentares e presidenciais no ano que vem. Os tribunais têm sido a linha de frente na luta política no Egito. Depois da derrubada de Mubarak, em 2011, um grande número de ações foi apresentado contra o veterano autocrata e seus assessores. Mas o padrão mudou desde a destituição de Mursi: Mubarak foi libertado da prisão, embora esteja novamente sendo julgado por acusações de ter ordenado a matança de manifestantes em 2011. "ACUSAÇÕES RISÍVEIS" Esta semana o procurador revelou um novo caso contra Mursi e outros líderes da irmandade, ordenando que ele e outras 35 pessoas sejam julgadas por terrorismo e conspiração com grupos estrangeiros -delitos que podem levar à sua execução. Nesta quinta-feira, a Irmandade denunciou o caso, pelo qual é acusada de ter armado um "plano terrorista" em 2005, com envolvimento do grupo palestino Hamas, o governo islamista xiita iraniano e o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã. "Os juízes da junta continuam a fabricar acusações risíveis contra o presidente democraticamente eleito e vários líderes da Irmandade Muçulmana", assinalou o grupo.

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