Cresce a tensão entre Colômbia e Venezuela

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Por Agencia Estado
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A relação entre os governos de Bogotá e de Caracas se encontram de novo sob tensão após a divulgação de um vídeo que provaria a existência de ligações entre o Exército venezuelano e os rebeldes colombianos. Enquanto o chanceler colombiano Guillermo Fernández anunciava que pedirá uma explicação à Venezuela sobre o assunto, soube-se da interceptação de um pequeno avião procedente deste país carregado de munições supostamente destinadas à guerilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Para Fernández, o caso desse avião "demonstra que os problemas fronteiriços não são de responsabilidade exclusiva da Colômbia". "Os problemas de fronteiras são de duas vias, e esta é uma demonstração a mais de que entram em nosso país produtos químicos para o preparo das drogas, munições, explosivos e armas", disse o chanceler na quinta-feira à noite ao canal de televisão RCN. O ministro pediu uma maior "cooperação internacional" para frear o tráfico de armas e drogas e "transparência" na administração das relações fronteiriças. Desde a chegada de Hugo Chávez ao poder na Venezuela, em fevereiro de 1999, as relações bilaterais têm sofrido altos e baixos. Apesar de a Venezuela emprestar seu território para a realização de diálogos entre o governo colombiano e o insurgente Exército de Libertação Nacional (ELN) e atuar como facilitador no processo de paz com as Farc, foram denunciados vínculos entre o governo de Caracas e os rebeldes colombianos. A descoberta de armas e uniformes venezuelanos em poder dos guerrilheiros e o aparecimento na Venezuela de um membro do ELN acusado de seqüestrar um avião são alguns dos fatos que motivaram tais denúncias. Além disso, chefes guerrilheiros colombianos expressaram publicamente suas simpatias em relação ao projeto de "revolução bolivariana" defendido pelo mandatário venezuelano. A isto se soma uma série de disputas comerciais entre os dois países, que mantêm um intercâmbio de US$ 2,5 bilhões. Atualmente, os caminhoneiros colombianos têm de baldear suas cargas ao chegarem à Venezuela.

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