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Cresce o anti-semitismo no mundo, diz Universidade de Tel Aviv

Por Agencia Estado
Atualização:

Os atos anti-semitas aumentaram consideravelmente no mundo depois dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos e deram um novo salto depois da invasão de Israel na Cisjordânia no mês passado, segundo um relatório de especialistas israelenses publicado hoje. Em seu relatório anual sobre o anti-semitismo no mundo, uma equipe da Universidade de Tel Aviv afirma que houve 228 atos violentos cometidos contra judeus ou propriedades judaicas em 2001 em todo o mundo, sendo que 50 deles envolveram armas. O relatório destacou que houve um significativo aumento de ataques na Europa Ocidental após os atentados terroristas nos EUA e mencionaram uma onda de ataques anti-semitas nas últimas semanas na Europa Ocidental contra escolas judaicas, sinagogas e cemitérios. O secretário-geral do Congresso Mundial Judaico, Avi Beker, disse que o relatório estava ultrapassado já que não incluía recentes ataques. "Esses últimos dez dias têm sido os piores dias de anti-semitismo na história da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial", afirmou num comunicado. "Nenhum judeu hoje com solidéu na cabeça se sente confortável andando pelas ruas de qualquer cidade na Europa. Ele sabe que é um alvo". O aumento dos atos anti-semitas de setembro foi vinculado à Conferência Mundial contra o Racismo e Xenofobia da ONU em Durban, África do Sul, e os ataques de 11 de setembro nos EUA, segundo o relatório. Ele afirma que os mundos árabe e islâmico transformaram a conferência da ONU "numa campanha bem planejada e organizada contra Israel e o Estado judeu". O relatório destacou que publicações anti-semitas, como "Os Protocolos dos Sábios de Sion" e "Minha Luta", de Adolf Hitler, foram distribuídas gratuitamente na conferência. Os atentados em Nova York e Washington, ocorridos dois dias depois do fim da conferência, provocaram um aumento de atos anti-semitas, segundo o relatório. "Propaganda anti-semita concentrou-se na afirmação de que os ataques foram basicamente uma reação à influência judaica nos EUA", afirmou o relatório. Alguns meios de comunicação chegaram a noticiar que israelenses, ou judeus norte-americanos, foram os responsáveis pelos atentados. Segundo o relatório, o aumento dos atos anti-semitas praticamente eliminou a distinção entre ações anti-Israel e ataques contra judeus. O significante aumento do anti-semitismo de setembro foi notado principalmente na Grã-Bretanha e na França, países com grandes populações muçulmanas. O relatório foi publicado às vésperas do dia em memória ao holocausto judeu. Entre outras críticas, o relatório cita a comparação feita pelo prêmio Nobel de Literatura José Saramago entre o tratamento dispensado por Israel aos palestino aos assassinato de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

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