Cresce o número de assassinatos por xenofobia na Rússia

Promotores, juízes e os júris populares resistem em reconhecer xenofobia presente na maioria dos crimes contra estrangeiros, condenando assassinos a penas mínimas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Trinta e nove pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas neste ano na Rússia em decorrência de ataques racistas, que vem se tornando cada vez mais freqüentes no país, denunciou nesta quarta-feira a organização de defesa dos direitos humanos Sova. "Temos informações de ataques racistas em 34 entidades federadas, em uma frente de xenofobia cada vez mais ampla", disse Galina Kozhevnikova, diretora adjunta da Sova. Moscou e São Petersburgo são as cidades que registram o maior número de agressões motivadas pelo racismo. "Em 2006, 28 estrangeiros foram vítimas de assassinatos e outros 149 ficaram feridos em Moscou, enquanto em São Petersburgo houve cinco mortos e 27 feridos", disse a ativista à agência Interfax. Segundo Kozhevnikova, a onda racista russa é formada por pelo menos 50 mil skinheads e militantes de organizações neonazistas, cujos ataques têm como alvo pessoas procedentes do Cáucaso e da Ásia Central. Estrangeiros procedentes da África, Ásia, América Latina, e russos representantes de minorias sexuais, ativistas de movimentos culturais juvenis e mendigos também são alvos de ataques. As agressões acontecem geralmente durante a comemoração de festas patrióticas, eventos esportivos e após atentados terroristas. De acordo com Kozhevnikova, a xenofobia no país cresce porque as autoridades não reagem adequadamente às manifestações racistas dos grupos extremistas, ressaltando a sensação de impunidade entre os agressores. Promotores, juízes e os júris populares resistem em reconhecer a xenofobia presente na maioria dos crimes contra estrangeiros, condenando os assassinos a penas mínimas, segundo a organização.

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