PUBLICIDADE

Cresce pressão sobre Assad, mas Rússia mantém apoio ao regime sírio

Moscou diz que pressão pela renúncia do presidente destruirá a iniciativa de diálogo da Liga Árabe

Atualização:

AMÃ - A Rússia manteve nesta quinta-feira, 17, seu apoio ao presidente da Síria, Bashar Assad, enquanto países ocidentais aumentaram a pressão contra a repressão do governo local às manifestações pró-democracia.

 

PUBLICIDADE

Veja também:especialINFOGRÁFICO: A revolta que abalou o Oriente Médio

 

Sergei Lavrov, chanceler da Rússia - um dos últimos países ainda aliados de Assad -, disse que a pressão pela renúncia do presidente destruirá a iniciativa árabe, que prevê um diálogo entre o governo e a oposição. "Se alguns representantes da oposição, com apoio de alguns países estrangeiros, declaram que esse diálogo só pode começar depois que o presidente Assad sair, então a iniciativa da Liga Árabe perde seu valor e significado", disse Lavrov.

 

Ele fez essas declarações após se reunir com a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que defendeu a máxima pressão mundial possível sobre Assad. "O futuro da Síria agora depende da habilidade de todos nós para mantermos a pressão sobre eles, para que vejam que há uma necessidade de parar essa violência, ouvir as pessoas e encontrar um caminho para seguir em frente", disse Catherine em entrevista coletiva em Moscou.

 

Lavrov disse anteriormente que um ataque realizado na quarta-feira por militares desertores contra um complexo de inteligência da Força Aérea, nos arredores de Damasco, "já é completamente semelhante a uma verdadeira guerra civil".

 

Fontes da oposição disseram que 20 policiais morreram ou ficaram feridos no ataque, o primeiro desse tipo em oito meses de rebelião popular contra Assad. Não foi possível verificar o número de baixas. As autoridades sírias não mencionaram o ataque. Desde março a imprensa estrangeira foi expulsa do país.

 

Moradores do subúrbio de Harasta, onde ocorreu o ataque, disseram que os rebeldes dispararam granadas de propulsão e metralhadoras durante dez minutos, e que cerca de 70 pessoas foram detidas em retaliação.

Publicidade

 

Tensão

 

A Liga Árabe suspendeu a Síria e deu até o final da semana para que o governo de Assad acate um plano regional destinado a acabar com a violência, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) já causou mais de 3,5 mil mortes. O regime diz estar enfrentando grupos terroristas patrocinados pelo exterior, e afirma já ter perdido mais de 1,1 mil policiais e soldados.

 

A violência na Síria, parte da onda regional de protestos conhecida como primavera árabe, irrita governos árabes e ocidentais, cujas críticas a Assad já motivaram vários ataques a missões diplomáticas em Damasco e outras cidades nesta semana. A imprensa estatal disse que as autoridades prometeram punir os responsáveis por essas ações. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.