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Crescimento econômico não impede avanço de favelas, diz ONU

Atualização:

Cerca de 227 milhões de pessoas deixaram a condição de favelização na última década, graças ao rápido crescimento econômico em grandes países emergentes como Índia e China, mas o número de pessoas que vivem em favelas no mundo continua crescendo, disse a ONU em relatório lançado oficialmente nesta sexta-feira. O número total de pessoas em condições habitacionais precárias subiu 55 milhões, chegando a 827,6 milhões, já que o crescimento populacional e o êxodo rural superaram o efeito da ascensão social nas cidades, disse o relatório bienal da ONU-Habitat (agência da ONU para a habitação). "A situação melhorou em dez anos, mas infelizmente no mesmo período o aumento líquido dos pobres urbanos é de 55 milhões", disse Anna Tibaijuka, diretora-executiva do ONU-Habitat, no Rio, onde acontece na próxima semana o Fórum Urbano Mundial -- evento que discutirá a situação atual das cidades, num momento em que pela primeira vez a população urbana do mundo ultrapassou a rural. De acordo com a ONU, os países do mundo já superaram com folga a Meta do Desenvolvimento do Milênio relativa à desfavelização -- a meta era tirar 100 milhões da condição de favelados, em relação a 2000. Mas Tibaijuka minimizou o feito, por entender que a meta foi "completamente inadequada". Outras das chamadas Metas do Milênio dizem respeito a saúde, educação, mortalidade infantil e combate à pobreza extrema. Segundo o relatório, se não houver medidas "drásticas" o número global de favelados no mundo chegará a 889 milhões até 2020. O estudo elogia as políticas de crescimento da China, que ajudaram a reduzir o número de favelados no país em um quarto em uma década, enquanto a Índia conseguiu uma redução de um terço. Juntos, os dois países retiraram pelo menos 125 milhões de pessoas da condição de faveladas. Na América Latina, o Brasil teve a maior redução numérica na quantidade de favelados -- 10,4 milhões a menos em uma década. (Reportagem de Pedro Fonseca e Stuart Grudgings)

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