Crianças morrem no fogo cruzado no Afeganistão, diz ONU

Forças antigovernamentais são suspeitas de usar menores como escudos humanos

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Por redacao
Atualização:

O número de crianças mortas porque ficaram "presas no fogo cruzado" dos combates no Afeganistão entre as tropas da coalizão internacional e os rebeldes talebans é cada vez maior, denuncia nesta quarta-feira, 20, a ONU. "As crianças ficam presas no fogo cruzado e o número de vítimas aumenta", disse a representante especial das Nações Unidas para proteção de crianças em conflitos armados, Radhika Coomaraswamy, em comunicado divulgado no site do órgão, com sede em Nova York. Segundo a emissária da ONU, "as forças antigovernamentais mataram supostamente 11 crianças num ataque suicida contra as forças da coalizão na sexta-feira, em Tirin Kot, em Uruzgan", província do centro do país que tem sido cenário de violentos combates nos últimos dias. Os combatentes "também tiveram como alvo escolas", como mostra o recente ataque perto de Cabul no qual dois estudantes foram assassinados, acrescentou. "As forças antigovernamentais são suspeitas de usar crianças como escudos humanos", alertou Coomaraswamy. Ela também lamentou as recentes mortes de menores por soldados da coalizão. A representante especial da ONU expressou a sua "profunda preocupação com as recentes informações de que as forças da coalizão mataram acidentalmente sete crianças afegãs num ataque aéreo no distrito de Zarghun Shah", na província de Paktika, no leste do país. Também mencionou "outro incidente em Mangai, no qual três crianças foram assassinadas e três feridas". Coomaraswamy pediu que "todas as partes tomem as medidas necessárias para proteger as crianças e respeitar o Direito Internacional Humanitário". O Exército americano informou nos últimos dias que militantes da Al-Qaeda utilizam menores como escudos humanos. Ao mesmo tempo, aumentam as críticas da população afegã, que se queixa da morte de civis pelas tropas internacionais.

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