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Crise da Geórgia é tratada com ministros da Otan

Ministro da Defesa russo se reuniu com colegas da Otan; dos cinco russos presos, um foi liberado e os outros quatro serão acusados de espionagem

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ministros da Defesa da Otan participaram nesta sexta-feira de uma tensa reunião com seu colega russo, Sergei Ivanov, que está irritado com o fato de a aliança ocidental aprofundar as relações com a Geórgia, país que ele chamou de "bandido", por prender funcionários russos sob acusação de espionagem. Moscou condenou na semana passada a decisão da Otan de aumentar a cooperação com a Geórgia como uma volta aos dias da Guerra Fria, que fere os interesses russos e traz o risco de desestabilizar mais a região do Cáucaso. Ivanov ameaçou mandar duas divisões das tropas russas à fronteira com a Geórgia para garantir que "a segurança russa não será ferida se a Geórgia entrar na Otan". As já fragilizadas relações entre a Rússia e a Geórgia pioraram mais na quinta-feira, quando a Geórgia deteve cinco funcionários russos sob a acusação de espionagem, fazendo Moscou retirar seu embaixador, anunciar a evacuação de seus diplomatas e reclamar às Nações Unidas. Geórgia acusou formalmente quatro dos cinco funcionários russos nesta sexta-feira e planeja uma audiência ainda hoje. O quinto funcionário foi liberado. Os diplomatas disseram que um Ivanov indignado expressou com veemência as preocupações da Rússia em uma recepção com os ministros da Otan na quinta-feira à noite. Alguns funcionários russos reclamaram que os georgianos se encorajaram com a decisão da Otan de oferecer ao país um programa de cooperação mais amplo, o que é considerado um passo a mais no sentido de tornar a Geórgia um membro da aliança. A Otan espera que as conversas nesse balneário esloveno amenizem as complicadas relações entre a Rússia e a Geórgia, que fez da entrada na Otan uma prioridade em sua política externa. "Essa é uma oportunidad de ouro para a Otan explicar qual é a sua posição", afirmou aos repórteres o ministro da Defesa da Dinamarca Soeren Gade. "Isso não deve ser considerado como uma ameaça aos russos".

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