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Crise de mísseis leva Japão a impor sanções à Coréia do Norte

Entre as sanções está a proibição de entrada no Japão de funcionários norte-coreanos e das tripulações de navios e aviões da Coréia do Norte. Para a Rússia, lançamento de mísseis foi "provocação". Já a população norte-coreana nada sabe sobre a crise

Por Agencia Estado
Atualização:

O Japão impôs uma série de sanções à Coréia do Norte devido ao lançamento de seis mísseis, um deles de longo alcance o que, segundo o governo japonês, foi uma ameaça à estabilidade e segurança do Leste da Ásia. Segundo ministro porta-voz, Shinzo Abe, os funcionários norte-coreanos que estão em território japonês serão proibidos de entrar no país novamente se retornarem à Coréia do Norte. Abe explicou que o governo japonês estuda também a possibilidade de proibir o envio de remessas de dinheiro da grande comunidade norte-coreana residente no país. As sanções foram aprovadas pelo Executivo, reunido em Gabinete de crise, e pelo Conselho de Segurança Nacional. A balsa de transporte norte-coreana Mangyongbong-92, único transporte marítimo para passageiros entre Japão e Coréia do Norte, foi proibida de atracar nos portos japoneses pelos próximos seis meses. A barca se dirigia ao porto de Niigata, no noroeste do Japão, quando as sanções foram anunciadas. A tripulação teve de lançar âncora fora do porto, à espera de novas decisões. Os mísseis foram disparados num intervalo de cinco horas e caíram no mar, ao oeste do Japão, perto do litoral norte-coreano e russo. Além de um Taepodong-2 intercontinental, a Coréia do Norte disparou outros cinco mísseis de curto e médio alcance, do tipo Scud, de origem soviética, e Rodong, norte-coreanos. Além das sanções, o Japão pediu, acompanhado pelos Estados Unidos, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, na qual deve apresentar um projeto de resolução para censurar a Coréia do Norte e estabelecer sanções contra o regime comunista. "Estamos consultando urgentemente o resto dos membros do Conselho de Segurança", disse o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton. "Provocação" O Ministério de Relações Exteriores da Rússia classificou de "provocação" o lançamento de seis mísseis de curto e longo alcance por parte da Coréia do Norte, e alertou que os testes agravam a situação na aérea. "Provocações como essa complicam substancialmente a situação em torno do programa nuclear da Coréia do Norte", declarou o porta-voz da Chancelaria russa, Mikhail Kamínin. O diplomata russo disse que a delegação russa na ONU participará ativamente da reunião do Conselho de Segurança, convocada a pedido dos Estados Unidos e Japão para analisar a situação após o lançamento dos mísseis norte-coreanos. Norte-coreanos nada sabem A população da Coréia do Norte não recebeu da imprensa local qualquer informação sobre o lançamento de mísseis no Mar do Japão, noticiou a agência japonesa Kyodo, que enviou alguns jornalistas a Pyongyang para cobrir as negociações sobre seqüestros de cidadãos japoneses por parte da Coréia do Norte durante a Guerra Fria. Ri Pyong-Dok, representante do Ministério de Relações Exteriores norte-coreano ouvido pelos repórteres japoneses, afirmou que não tinha informação sobre os mísseis. "Não estamos relacionados com as ações militares, por isso não sei nada do caso", disse, ao mesmo tempo que defendia o direito de seu país a promover testes militares. "O assunto dos mísseis só diz respeito à nossa soberania e ninguém tem direito de questionar se é algo bom ou mau", acrescentou Ri.

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