06 de dezembro de 2014 | 14h01
Em troca do petróleo mais barato, os beneficiários do programa Petrocaribe apoiam o governo de Caracas em questões diplomáticas internacionais. Agora, tendo de pagar mais pelo combustível, muitas dessas administrações terão de reduzir fortemente os gastos em outras áreas, incluindo em programas sociais, e algumas economias podem ser levadas à recessão. "Se o Petrocaribe sair da Jamaica, não sei o que vamos fazer. Será um dia sombrio", diz Verona Barrett-Brown, diretora de uma escola primária na capital do país, Kingston.
Na pequena nação insular de Granada, o dinheiro economizado com o petróleo financia 40% dos programas sociais, de materiais escolares à merenda dos alunos da rede pública. No Haiti, que batizou um aeroporto de Hugo Chávez, ex-presidente venezuelano que criou o Petrocaribe, o dinheiro é usado para programas de distribuição de alimentos. Já a República Dominicana usa esses recursos para ajudar a sanar as contas públicas.
"A probabilidade de uma interrupção no programa está maior agora, porque a Venezuela está sob grande pressão", diz Adrienne Cheasty, vice-diretora da unidade do FMI para o Hemisfério Ocidental. Recentemente o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Rafael Ramírez, reiterou o "forte compromisso do governo com a continuidade da iniciativa do Petrocaribe, sob quaisquer circunstâncias", mas nas últimas semanas o silêncio das autoridades sobre o assunto tem preocupado os vizinhos. Fonte: Associated Press.
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