Crise mundial ameaça vendas da Embraer para a Suíça

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Por Agencia Estado
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A crise no setor aeronáutico mundial pode comprometer as futuras vendas de jatos da Embraer para a Crossair, companhia aérea que opera vôos regionais na Europa e que fazia parte do grupo Swissair. Segundo a edição de hoje do jornal Le Matin, de Genebra, a Crossair tinha o plano de substituir toda sua frota pelos jatos da Embraer até 2006. Com a atual situação internacional, porém, a companhia aérea suíça poderá ter problemas para manter o projeto. O contrato de cerca de US$ 2 bilhões da Crossair com a Embraer prevê a compra de 30 novos ERJ-190, com 108 lugares e 25 ERJ-145, dos quais 18 já foram entregues. O acordo ainda inclui a compra de 30 ERJ-170, de até 70 lugares, que será lançado pela empresa brasileira no próximo dia 29 de outubro, em São José dos Campos. De acordo com a matéria hoje publicada, o lançamento do novo jato da Embraer contará com a presença do fundador da Crossair, Moritz Suter, e do diretor da Crossair, André Dose. Um dos motivos para que toda a frota da Crossair fosse brasileira, segundo o jornal suíço, seria a maior facilidade de manutenção dos jatos, assim como para os pilotos, que operariam aviões que se utilizam de um mesmo sistema. O problema, porém, seria o plano da Crossair em adquirir outros 118 jatos da Embraer, no valor de US$ 2,6 bilhões, que completaria a renovação da frota suíça. Para financiar essas compras, a Crossair contava com a venda de todas suas aeronaves à hélice, como os 340 Cityline e 2000 Concordino, ambos da Saab. A estratégia da companhia aérea também era de se desfazer de seus Jumbolinos. Mas, com a crise internacional, os preços das aeronaves devem cair drasticamente e a Crossair terá que refazer seus cálculos, já que provavelmente terá dificuldades para conseguir a mesma arrecadação para comprar os futuros jatos da Embraer. Na avaliação do jornal suíço, mesmo o lançamento dos ERJ-170, que já deverão estar voando no próximo ano na Europa, ocorre "no pior momento da história da aviação civil, atualmente em pleno marasmo no plano mundial". A matéria ainda lembra que a Embraer demitiu 1.800 pessoas e que sua produtividade passou de 20 jatos por mês para apenas 11.

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