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Crise norte-coreana deve ser tratada na reunião do Apec

Assunto principal da agenda dessa cúpula seria o teste nuclear da Coréia do Norte

Por Agencia Estado
Atualização:

Coréia do Sul, Japão e China estudam a possível realização de uma cúpula durante a reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) que ocorrerá em novembro em Hanói, indicaram fontes oficiais. Um representante do governo sul-coreano citado pelo jornal Chosun Ilbo disse que o assunto principal da agenda dessa cúpula trilateral seria o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte no dia 9. Participariam da cúpula os presidentes chinês, Hu Jintao, e sul-coreano, Roh Moo-hyun, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, com o objetivo de analisar o efeito direto da nuclearização da Coréia do Norte na vizinhança asiática. As fontes oficiais sul-coreanas também não descartaram, embora seja apenas uma idéia, uma eventual reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e os líderes de Coréia do Sul e Japão. Outra possível cúpula seria entre os líderes dos cinco países interlocutores da Coréia do Norte nas conversas de seis lados sobre o programa nuclear norte-coreano - Coréia do Sul, China, EUA, Japão e Rússia. No entanto, ressaltou o funcionário sul-coreano, tanto China como Rússia são céticas sobre tal reunião. As conversas de seis lados se encontram estagnadas desde novembro passado, devido ao boicote da Coréia do Norte, que exige que os EUA suspendam as sanções financeiras impostas há um ano a entidades bancárias próximas à cúpula norte-coreana sob a suspeita de que lavavam dinheiro para comprar armas. Segundo essas fontes sul-coreanas, no Vietnã serão abordadas as sanções impostas há uma semana à Coréia do Norte pelo Conselho de Segurança da ONU em resposta ao teste nuclear do dia 9. Entre as sanções da resolução 1.718 do Conselho de Segurança da ONU está a proibição de qualquer transferência à Coréia do Norte ou procedente deste país de recursos financeiros que possam beneficiar os programas de armas de destruição em massa ou de mísseis de Pyongyang. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, realizou esta semana uma viagem internacional que a levou a Tóquio, Seul, Pequim e Moscou - onde se encontra neste sábado - para impulsionar as sanções. Em meio às pressões de China e Rússia, a Coréia do Norte parece ter renunciado à realização de um segundo teste nuclear. No entanto, o regime comunista não encerrou as ameaças ao Japão e aos EUA, considerados seus piores inimigos. A imprensa sul-coreana e japonesa informa neste sábado sobre as ameaças lançadas na sexta-feira a Washington e Tóquio pela cúpula norte-coreana durante as celebrações em Pyongyang pela primeira detonação de uma bomba nuclear pela Coréia do Norte. Japão e EUA "enfrentarão um severo castigo" se colocarem em andamento as sanções ditadas pela resolução do Conselho de Segurança, assegurou a Agência Central de Notícias (KCNA), que transmitiu os discursos dos líderes norte-coreanos na Praça Kim Il-sung, em Pyongyang. "Os militaristas japoneses e as forças que favorecem os passos imperialistas dos EUA deveriam cessar seus esforços, uma vez que não escaparão ao severo castigo do Exército revolucionário norte-coreano se se atreverem a aplicar imprudentemente a resolução do Conselho de Segurança", disse o vice-ministro das Forças Armadas do Norte, Kim Jong-gak, segundo a KCNA. Cerca de 100 mil pessoas, entre civis e militares, reuniram-se na sexta para celebrar o teste nuclear na praça dedicada ao falecido presidente Kim Il-sung, fundador da Coréia do Norte e pai do atual líder do país, Kim Jong-il.

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