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Crise nuclear com Coréia do Norte está perto do fim, diz ONU

Em entrevista a um jornal suiço, Ban Ki-moon se diz confiante sobre promessa norte-coreana de interrupção do programa nuclear em troca de ajuda internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

O acordo assinado sobre o programa nuclear de Pyongyang durante as conversas entre Estados Unidos, China, Japão, Rússia e as duas Coréias levou o assunto a um estágio fase na qual a questão pode finalmente ser resolvida. A afirmação foi feita pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em entrevista publicada neste sábado, 28, pelo jornal suíço Le Temps. Ban diz estar confiante quanto ao cumprimento da promessa que a Coréia do Norte fez de interromper seu programa nuclear em troca de ajudas internacionais energéticas. "Quando há um acordo entre as seis partes quanto a um código de conduta, pode-se dizer que o problema nuclear norte-coreano entrou numa fase na qual é possível lidar com ele", disse Ban. Num acordo assinado em Pequim, no dia 13 de fevereiro, dentro das negociações multilaterais, Pyongyang comprometeu-se a desligar, em 60 dias, seu reator nuclear de Yongbyon, condição que ainda não foi cumprida. "Acredito, mais ou menos, que tudo foi resolvido", disse o secretário-geral, acrescentando que "agora que os norte-coreanos podem resgatar seus fundos, devem dar o primeiro passo para desnuclearizar a península coreana". Ban referiu-se aos US$ 25 milhões que a Coréia do Norte possui no Banco Delta Asia (BDA), em Macau, e que foram congelados pelos Estados Unidos por 19 meses sob a acusação de serem fruto de lavagem de dinheiro. Em março, Washington descongelou os recursos, mas o regime de Pyongyang acredita que o problema ainda não foi resolvido, pois os fundos ainda não foram transferidos. "Espero que os norte-coreanos respeitem totalmente seus compromissos", afirmou Ban. Direitos Humanos Na entrevista ao jornal suíço, Ban também faz referência ao Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas. O secretário-geral da ONU reconhece que, até agora, a o órgão "não foi capaz de corresponder às expectativas da comunidade internacional e superar os problemas da estrutura anterior". "Pedi enfaticamente aos países-membros (do órgão) e à alta comissária para os Direitos Humanos que o CDH complete seu processo de construção institucional até o fim de junho", disse o secretário-geral. Em suas declarações ao Temps, Ban acrescentou que é preciso concluir o esboço do mecanismo pelo qual os Estados-membros da ONU serão submetidos a uma avaliação periódica sobre direitos humanos, processo pelo qual cada país deverá passar a cada três ou quatro anos. O CDH celebrará sua segunda sessão do ano entre 11 e 18 de junho. Na ocasião, o Conselho vai concluir a definição dos mecanismos e instrumentos que disporá para realizar sua missão de fiscalizar o respeito aos direitos humanos no mundo. Sobre o assunto, o secretário-geral da ONU disse que esta avaliação periódica e outros instrumentos com os quais o CDH contará "são mecanismos de controle muito fortes para avaliar objetivamente e de maneira prudente todos os aspectos da situação dos direitos humanos, inclusive os mais sombrios".

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