Crise se aprofunda na Tailândia com ameaça de grupo que dá apoio ao governo

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Por AMY SAWITTA LEFEVRE E AUBREY BELFORD
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Os camisas-vermelhas disseram nesta quarta-feira que estão prontos para tomar as ruas e proteger o governo da primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, de um movimento apoiado pelas elites que busca levar ao poder líderes não eleitos. O alerta do grupo, integrado em sua maioria por trabalhadores pobres, mostra os riscos de uma crise política que vem sendo alimentada pela raiva da classe média em relação ao poder eleitoral e legislativo da família Shinawatra, reverenciados como heróis no norte e nordeste do país, reduto dos camisas-vermelha. A crise tem sido marcada por protestos violentos, nos quais cinco pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas, por ocupações de prédios do governo e, mais recentemente, pelas declarações confusas do político veterano Suthep Thaugsuban, líder dos protestos. Ele tem cobrado que a polícia prenda Yingluck por traição, ordenado que funcionários públicos se reportem a ele, e não ao governo e defendido "forças de paz" de cidadãos para substituir a polícia. Nesta quarta-feira, ele disse os comandantes policiais e militares deveriam se reportar a ele a partir de quinta-feira. Não está claro se o líder vai ser atendido, mas exigências e prazos não cumpridos têm sido a norma de um movimento de protesto que tem apostado na publicidade e nos distúrbios nas ruas da capital, na esperança de provocar um golpe militar ou uma intervenção judicial que derrube a premiê. Prometidas greves gerais não se concretizaram. Policiais têm ignorado os pedidos para que eles deixem os seus cargos. Houveram ultimatos para a saída da premiê, a enfraquecendo, mas sem a tirar do poder. Na segunda-feira, as manifestações ganharam força com um protesto de 160 mil pessoas em Bangcoc, levando Yingluck a dissolver o Parlamento e a chamar eleições para fevereiro. Essa votação pode não ter nenhum significado se o Partido Democrata, de oposição, que dá apoio aos protestos, decidir boicotá-la. Suthep Thaugsuban, ex-vice-premiê, têm defendido a instalação, sem eleição, de um conselho popular, composto por "pessoas boas". Se isso acontecer, a Frente Unida pela Democracia contra a Ditadura, como os camisas-vermelhas são conhecidos, ficariam do lado da primeira-ministra, afirmou Jatuporn Promphan, líder do grupo. "É o nosso trabalho juntar os que amam a democracia e não concordam com os métodos de Suthep. Vamos juntar mais pessoas do que Suthep", afirmou ele à Reuters. (Reportagem adicional por Apornrath Phoonphongphiphat e Pairat Temphairojana)

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