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Cristina Kirchner critica gestão de Macri e afirma que fome voltou à Argentina

Ex-presidente disse que é preciso convocar ‘a construção de uma grande frente popular’ que possa representar os que estão sendo prejudicados pela política atual

Atualização:

BUENOS AIRES - A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criticou na quarta-feira a gestão de seu sucessor, Mauricio Macri, e garantiu que no país "hoje há fome", motivo pelo qual voltou a pedir aos dirigentes kirchneristas a criação de uma "frente nacional" contra o governo.

Em um ato na sede da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) em Buenos Aires, a ex-presidente pronunciou um extenso discurso no qual fez também uma crítica à situação atual do kirchnerismo. Ela evitou mencionar as causas judiciais pelas quais está sendo investigada.

A ex-presidente da Argentina,Cristina Kirchner, enviou sua solidariedade ao colega brasileiro Foto: Enrique Marcarian / Reuters

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Cristina reivindicou, por outro lado, que o discurso esteja focado "sobre os eixos básicos" e em "unificar as discussões nos problemas cotidianos do povo". "Na Argentina hoje há fome. As professoras voltaram a ter de comprar mantimentos porque as crianças chegam à escola sem café da manhã. Há fome porque cresceu a desocupação e o dinheiro não chega ao final do mês", declarou.

A ex-presidente se referiu ao protesto de quarta-feira na Praça de Maio, em Buenos Aires, onde pequenos produtores ofereceram 20 mil quilos de verdura em protesto pela precariedade que sofrem em razão da falta de terras. "Quando via as mãos estendidas por uma bolsa de verduras me senti muito mal, me senti inútil", lamentou Cristina.

Para a ex-presidente, as imagens evocam 2000 e 2001 - período em que explodiu a última grande crise econômica no país -, quando, segundo disse, os pobres brigavam entre eles pela comida. "Voltamos a ter imagens de um passado que acreditávamos ter sido definitivamente sepultado", acrescentou.

Em seu discurso, Cristina, que ainda não decidiu se concorrerá nas eleições legislativas de 2017, considerou que é necessário convocar "a construção de uma grande frente popular" que volte a representar cada um dos "prejudicados e agredidos" pela política atual.

Cristina Kirchner foi recentemente convocada a prestar depoimento em outubro por uma causa que investiga supostas irregularidades na concessão de obras públicas durante o kirchnerismo. / EFE

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