Cristina Kirchner inicia novo mandato com amplos poderes

Presidente da Argentina tem maioria no Parlamento e apoio direto de 19 dos 24 governadores

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BUENOS AIRES - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, receberá neste sábado, 10, de si mesma a faixa e o bastão presidenciais, em uma cena protagonizada até agora somente pelos reeleitos Juan Domingo Perón, em 1952, e Carlos Menem, em 1995. Cristina iniciará seu segundo mandato, que concluirá em dezembro de 2015, sem chances constitucionais de tentar nova reeleição.

 

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O segundo mandato de Cristina - único caso de uma mulher reeleita presidente na América Latina - será o terceiro governo do kirchnerismo. E será o primeiro mandato de Cristina sem a figura de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu há 14 meses. A presidente Dilma Rousseff estará entre os convidados.

 

Cristina assume com amplo poder, conseguido com os 54,1% dos votos obtidos nas eleições presidenciais de outubro, além de iniciar o mandato com maioria - graças a parlamentares próprios e aliados - no Senado e na Câmara.

 

Entre os 24 governadores das províncias, Cristina terá a obediência direta de 19. Com apoios ocasionais de outros 3, somente dois governadores - Maurício Macri, do Distrito Federal de Buenos Aires, e Cláudio Poggi, de San Luis - representam a oposição. Macri diz que pretende evitar confrontos com a presidente.

 

Na Câmara de Deputados, a presidente Cristina - que comanda a Frente pela Vitória, uma sublegenda do Partido Justicialista (peronista) - contará com 115 parlamentares próprios, além de 20 aliados. Portanto, ela terá 135 deputados (6 cadeiras a mais do número necessário para o quórum, de 129 cadeiras). Encerra-se a fase dos últimos dois anos, quando o governo ficou em minoria.

 

Cristina herdará do governo anterior - isto é, dela mesma - uma série de problemas econômicos. A equipe da área permanecerá praticamente a mesma, à exceção do ministro da Economia - já que o ocupante dessa pasta, Amado Boudou, será seu vice-presidente.

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Desde as eleições, em 23 de outubro, a presidente afastou-se dos sindicatos - o histórico suporte político dos governos peronistas - e aproximou-se do empresariado, com o qual havia tido uma relação tensa desde sua posse, em 2007. 

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