
11 de julho de 2012 | 23h48
A presidente Cristina já emplacou um líder para a central sindical "oficial", o metalúrgico Antonio Caló, que nesta quarta-feira declarou alinhamento automático com a Casa Rosada: "não faço greves contra o governo. Faço greves contra empresários". Calo levaria consigo para a CGT kirchnerista um total de 80 sindicatos.
Um dos aliados de Moyano, o líder do sindicato de trabalhadores rurais e estivadores, Gerónimo Venegas - crítico do governo Kirchner há tempos - fez um alerta: "caso o governo não reconheça esta CGT (a "rebelde"), haverá greve geral". A CGT de Moyano conta com 100 sindicatos. O sindicato dos caminhoneiro é seu principal reduto, com o qual é capaz de mobilizar mais de 100 mil caminhões para bloquear as principais estradas do país.
Além destas duas CGTs existe outra, a "CGT Azul e Branca", comandada pelo sindicalista Luis Barrionuevo, que nos anos 90 ficou famoso com a frase "é preciso deixar de roubar uns dois anos para que a Argentina se recupere". Barrionuevo, que rachou com Moyano há dois anos, levando consigo parte dos sindicatos, é crítico da presidente Cristina, embora pragmático. Os analistas da área sindical afirmam que ele não hesitaria em respaldar o governo, caso seja conveniente.
Além destas três facções da CGT o cenário sindical é composto pela Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA), que após uma eleição embalada em denúncias de fraudes em 2010 rachou em uma ala kirchnerista e outra anti-kirchnerista. Desta forma, o panorama sindicalista argentino contará a partir de outubro com cinco centrais inimigas entre si. O único ponto em comum entre todas é que cada uma alega que é a representante dos ideais trabalhistas do presidente Juan Domingo Perón (1895-1974).
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