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Cristina Kirchner nega ligação com caso de suborno

Ex-presidente rejeita prestar declarações e envia texto a juiz se declarando vítima de perseguição política

Atualização:

BUENOS AIRES - Cristina Kirchner, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, negou ter qualquer ligação com o escândalo dos “cadernos da corrupção” e voltou a se declarar vítima de perseguição política. Ela rejeitou prestar declarações ao juiz Claudio Bonadio, mas entregou a ele na segunda-feira um texto em que reitera sua negativa de ter participado de qualquer tipo de associação ilícita, assim como ter cometido qualquer delito. 

Cristina Kirchner chega a corte federal em Buenos Aires Foto: Eitan ABRAMOVICH / AFP

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Cristina disse que não há provas contra ela e comparou seu caso ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que, com ele, estão tentado afastá-la da atividade política.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, que anunciou novas medidas de austeridade, atribui a crise econômica que afeta o país ao escândalo de corrupção, descoberto há cerca de um mês quando o diário argentino La Nación divulgou os cadernos onde o ex-motorista do Ministério de Planejamento Oscar Centeno anotou as datas e os valores dos subornos pagos a funcionários do governo por empresas da área de infraestrutura para obter a concessão de obras públicas.

Os pagamentos das propinas ocorreram nos governos de Néstor Kirchner (2003 a 2007) e Cristina. Até agora, 28 pessoas foram indiciadas e 17 fizeram acordo de delação premiada. 

Além deste caso, Cristina enfrenta outros cinco processos judiciais por suspeita de corrupção e acobertamento de iranianos envolvidos no atentado de 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos.

Segundo o Centro de Informação Judicial, o primeiro julgamento oral e público contra a ex-presidente começará em 26 de fevereiro por supostas irregularidades na contratação de obras públicas na Província de Santa Cruz, na Patagônia. Nesse mesmo processo também foram indiciados o ex-ministro Julio de Vido, o ex-vice-ministro de Obras Públicas José López e o empresário Lázaro Báez. / AFP

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