Cristina promete estabilidade

Candidata tenta seduzir platéia de investidores em NY

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Por Patrícia Campos Mello
Atualização:

Nova York - A senadora e candidata à presidência da Argentina Cristina Kirchner prometeu ontem estabilidade econômica e fez propaganda do "capital humano" argentino diante de 400 potenciais investidores, em um almoço promovido pelo Conselho das Américas, no hotel Waldorf Astoria, em Nova York. Cristina, porém, driblou uma pergunta sobre incentivos para investidores e nada falou sobre descongelamento de tarifas públicas para atrair investimentos estrangeiros. "O capital humano da Argentina é diferente de todas as outras nações da América Latina", disse a senadora. "Somos o único país com três prêmios Nobel científicos na região - outros países receberam seus prêmios, mas para Paz ou Literatura." Segundo Cristina, a Argentina oferece vantagens para quem quiser investir, entre elas, "uma composição social sem problemas étnicos ou religiosos" e sua "imigração européia". Ela não atendeu os jornalistas. A senadora, mulher do presidente Nestor Kirchner, prometeu dar seguimento ao modelo adotado pelo marido, que promoveu "o maior crescimento dos últimos 100 anos", e disse que irá garantir "previsibilidade" aos investidores. "Vamos continuar com superávit primário, superávit comercial e com a política de reindustrialização que vem aumentando as exportações." Cristina disse que "rentabilidade não é pecado", mas é preciso que a sociedade também participe desses ganhos, senão há explosões como na Bolívia, Equador e Peru. Cristina aproveitou para alfinetar o governo do presidente George W. Bush e comparar-se ao ex-presidente Bill Clinton e à possível próxima presidente dos EUA, Hillary Clinton. "Somos um modelo de administração fiscal, o que não era esperado; somos como Bill Clinton, que deixou seu segundo mandato com um superávit que foi depois revertido pelo governo republicano", disse ela. "É apenas um clichê dizer que democratas, ou progressistas, no caso argentino, são maus administradores. Foram justamente os neoliberais formados em Harvard que levaram a Argentina ao endividamento crônico."

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