Cristina rejeita mudanças bruscas

Primeira-dama diz que correções de rumo serão feitas gradualmente

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Por Ariel Palacios e BUENOS AIRES
Atualização:

A primeira-dama e senadora argentina, Cristina Kirchner, afirmou ontem que, se vencer as eleições presidenciais de outubro, não realizará mudanças bruscas na política de seu marido, o presidente Néstor Kirchner. "Tenho consciência de que algumas coisas devem ser corrigidas, do ponto de vista econômico e do institucional. Mas qualquer mudança deverá ser gradual." A declaração foi feita em Berlim, Alemanha, onde Cristina desembarcou no fim de semana para reunir-se com a chanceler Angela Merkel e com lideranças empresariais. Durante a visita oficial, a candidata tem-se esforçado para mostrar-se mais amistosa com os mercados, amenizando a imagem deixada pelo marido. Entre as principais reivindicações dos empresários argentinos - e importante ponto de atrito entre o governo Kirchner e o mercado - está o fim do congelamento de tarifas dos serviços públicos privatizados, uma política intransigente adotada pelo atual presidente. Em relação ao tratamento com a imprensa, a expectativa é que Cristina não mude a política de Kirchner, que foi o presidente argentino que menos conversou com a mídia desde a redemocratização. Recentemente, a oposição denunciou Cristina na Justiça por discriminar premeditadamente jornalistas argentinos durante sua recente viagem à Espanha. Ali, Cristina atendeu a imprensa espanhola, mas negou-se a falar com seus compatriotas. CANDIDATOS No sábado, venceu o prazo para o registro das candidaturas presidenciais. De um total de 14 candidatos, sete são considerados de esquerda. A soma de suas intenções de voto, porém, não chega a 7%. O ex-presidente Carlos Menem não apresentou sua candidatura. Segundo as pesquisas, Cristina Kirchner, da coalizão Frente pela Vitória, sublegenda do Partido Peronista, venceria com 43% dos votos.

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