Croácia se defende e compromete Menem

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministério de Relações Exteriores da Croácia defendeu nesta segunda-feira as compras de armas realizadas durante a guerra pela independência de seu país, em 1991, em meio a denúncias de que o ex-presidente da Argentina Carlos Menem ignorou um embargo e vendeu armas para o país balcânico. Um comunicado à imprensa emitido pela Chancelaria em Zagreb constitui a primeira reação oficial croata acerca dos julgamentos iniciados na Argentina sobre a suposta venda ilegal de armas à nação européia, que lutava para tornar-se independente da federação iugoslava. O comunicado não confirmou diretamente a compra das armas argentinas, mas admitiu que a "Croácia tinha que adquirir armamento de diferentes formas na época, para defender sua liberdade e sua existência". Em Montevidéu, onde se encontra em meio a uma visita oficial a países sul-americanos, o chanceler croata Tonino Picula reiterou que seu país, para "defender sua liberdade e sua existência", conseguiu armas de diversas maneiras como única "forma de sobreviver" ao embargo internacional. Essa foi a explicação dada por Picula durante uma entrevista à imprensa ao ser consultado sobre as versões de que teria tido uma reunião com representantes do ex-presidente da Argentina Carlos Menem, detido por um alegado contrabando de armas para a Croácia. Também foi denunciado o contrabando de armas da Argentina para o Equador entre 1991 e 1995. Em relação à Croácia estava em vigor um embargo internacional de armas, e o Equador estava em conflito com o Peru. Buenos Aires era avalista de um tratado de paz para solucionar as divergências limítrofes que levaram à guerra os dois países sul-americanos. Picula - que visitou oficialmente o Uruguai e segue nesta segunda-feira para a Argentina e depois para o Chile, na tentativa de fortalecer os laços comerciais e diplomáticos com estes países - recusou-se a fazer qualquer outro comentário sobre o escândalo que envolve Menem.

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