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Cruz e Rubio se unem para atacar Trump em debate marcado por confrontos agressivos

Opositores do empresário seguiram caminho do ex-candidato à presidência Mitt Romney, que o atacou em um discurso feito na quinta-feira. John Kasich evitou choques pessoais

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - No mesmo dia em que o ex-candidato republicano à presidência dos EUA em 2012, Mitt Romney, investiu duramente contra o atual candidato Donald Trump, os rivais deste na corrida presidencial, Ted Cruz e Marco Rubio, seguiram na mesma linha e se lançaram contra o magnata no debate da noite de quinta-feira.

Apesar de a intensidade ter sido menor que em relação ao encontro anterior, na semana passada, Cruz e Rubio voltaram a mostrar suas "armas" contra Trump, citando o empresário inclusive quando eram questionados sobre outros temas.

Da esq. para dir., os pré-candidatos republicanos Marco Rubio, Donald Trump, Ted Cruz e John Kasich Foto: Chip Somodevilla/AFP

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Trump respondeu de forma ríspida aos ataques dos dois senadores, o que produziu momentos de autêntica agressividade. Estes só foram interrompidos pelas intervenções do quarto candidato em disputa, o governador de Ohio, John Kasich, que evitou confrontos pessoais contra os outros candidatos.

"Dois terços dos eleitores disseram que não querem você", disse o senador pela Flórida Marco Rubio a Trump logo no início do debate, para em seguida acusá-lo de não ter valores suficientemente conservadores.

Rubio foi acompanhado pelo senador pelo Texas Ted Cruz, que acusou Trump de ter sido, durante 40 anos, "parte da corrupção de Washington com a qual (seus eleitores) estão furiosos". "Este é alguém que usou o poder do governo para benefícios privados", afirmou Cruz.

Como já havia feito em outras ocasiões, Cruz recriminou Trump por ter apoiado anteriormente políticos democratas e alguns republicanos que redigiram a proposta de reforma migratória em 2013. "Em 2008, Trump deu quatro cheques a Hillary Clinton para que fosse presidente", comentou o político conservador.

Trump se defendeu das acusações lembrando que, "até pouco tempo", não era um político, mas um homem de negócios e que, como tal, buscava "o melhor" para sua empresa, para seus funcionários e para sua família, o que o levou a apoiar políticos de ambos os partidos.

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"Em 2008, apoiei Hillary Clinton porque estava fazendo negócios. Também apoiei Ronald Reagan e George Bush. A última pessoa que (Hillary) Clinton quer enfrentar sou eu", assegurou o magnata, que fez questão de reiterar que já ganhou as primárias em 10 estados e Cruz "apenas em 4". Além disso, chamou Rubio de "pequeno Marco" em diversas ocasiões. "Este insignificante mentiu muito sobre meu histórico. A Parceria Transpacífica (TPP) é um desastre total e Marco a apoia", disse Trump sobre Rubio.

"Ele não tem respostas. Se você o questiona sobre a economia, a primeira coisa que ele responde é algo sobre alguém ser insignificante", se defendeu o senador, que acusou o empresário de não ter demonstrado "curiosidade intelectual e interesse" para aprender sobre política externa. "Você expressou admiração por Vladimir Putin. Você ainda tem que responder a uma única pergunta sobre política externa", alfinetou Rubio.

Cruz, por sua vez, avaliou que "é fácil dizer 'façamos as coisas grandes outra vez' (ao se referir ao slogan de campanha de Trump), é fácil inclusive imprimi-lo em um boné, mas isso não vai resolver nada", e recriminou o bilionário ao afirmar que "o povo americano sabe que gritar não torna alguém durão".

A quinta-feira começou marcada pelo duro ataque do ex-candidato Romney a Trump, que tachou o magnata de "farsante" e considerou que o mesmo levaria os EUA ao "abismo". Além disso, afirmou que ele "não tem o temperamento" para ocupar a Casa Branca e condenou algumas de suas "qualidades pessoais", como sua "cobiça" e "misoginia".

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Trump, que já havia respondido a Romney por meio das redes sociais e em um comício no Estado do Maine, voltou a se referir ao ex-candidato no debate ao chamá-lo de "candidato perdedor que deveria ter vencido Obama facilmente (em 2012) e fracassou. Foi uma vergonha para todos e também para o Partido Republicano", destacou.

O único candidato que não entrou diretamente em acuações pessoais foi Kasich, que mencionou que, segundo as pesquisas, ganharia de Hillary Clinton "por uma margem maior que qualquer outro candidato".

"Agora vamos ao norte, ao meu território. Vou ganhar em Ohio", concluiu Kasich em referência aos próximos Estados que votarão no processo de primárias para definir o candidato do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro.

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O debate de quinta-feira - o 11º entre os pré-candidatos republicanos - foi televisionado pela emissora Fox News em Detroit, no Estado do Michigan. /EFE

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