Cruz Vermelha alerta para desaparecidos na guerra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os ataques contra o Iraque ainda não começaram, mas a Cruz Vermelha alerta que ainda procura pessoas que desapareceram durante a Guerra do Golfo de 1991. Segundo a entidade, cerca de 2 mil iraquianos e kuwaitianos que desapareceram na época dos conflitos ainda não foram encontrados, e uma nova guerra poderá fazer com que o número se multiplique em pouco tempo. Os dados foram apresentados hoje durante uma reunião em Genebra, convocada especialmente para tratar do tema dos desaparecidos políticos. De acordo com a Cruz Vermelha, oficialmente existem quase 700 cidadãos kuwaitianos e 1,2 mil iraquianos desaparecidos. O pior, segundo a entidade, é que a maioria dos desaparecidos é de civis, e muitos teriam sido enterrados em cemitérios clandestinos, em locais afastados. Para uma eventual nova guerra no Iraque, a Cruz Vermelha enviou pedido aos exércitos para que coloquem identificações em seus soldados. A medida, apesar de não tratar da população civil, tem como objetivo facilitar pelo menos a identificação dos militares. Muitos governos e grupos rebeldes ainda enviam combatentes ao campo de batalha sem que sejam identificados, o que dificulta saber se foram mortos, retornaram com vida a seus países ou se foram capturados pelo exército inimigo. O problema dos desaparecidos não se resume à Guerra do Golfo. Ruanda, Bósnia e muitos outros países ainda enfrentam processos para o reconhecimento de parte da população, depois de um conflito terminar. No Peru, por exemplo, a Cruz Vermelha acredita que cerca de 6 mil pessoas desapareceram entre 1980 e 2000, um dos índices mais elevados de toda a América.

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