Cruz Vermelha critica EUA por negar acesso a presos

Todos os detidos na luta contra o terrorismo têm direito a uma situação legal clara, afirma um dirigente da entidade

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, criticou nesta sexta-feira os Estados Unidos por não permitirem que delegados da instituição tenham acesso a pessoas detidas em locais secretos. Após uma visita a Washington, onde se reuniu com autoridades americanas, Kellenberger disse que "não importa a razão da detenção. O Estado não tem o direito de ocultar a localização de uma pessoa nem de negar o fato de que ela esteja detida". Numa declaração escrita, o dirigente da entidade sustentou que "apesar da decepcionante falta de resultados e da posição atual dos EUA", vai continuar buscando "o acesso a essas pessoas, de maneira prioritária". Kellenberger se reuniu com os secretários de Defesa, Donald Rumsfeld, e de Estado, Condoleezza Rice, além do Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Stephen Hadley. Direito dos presos O objetivo da visita, segundo a Cruz Vermelha, era obter acesso a todas as pessoas detidas pelos EUA como parte da luta contra o terrorismo. Kellenberger ressaltou que todos os detidos têm direito a uma situação legal clara. A porta-voz da instituição, Antonella Notari, disse que conta com evidências, baseadas em informação das próprias autoridades americanas, de que há detidos pela luta antiterrorista que se encontram em lugares aos quais seu pessoal não tem acesso. "Os EUA confirmaram a detenção de pessoas que nunca apareceram nos centros de detenção que nosso pessoal visita", seja na base militar de Guantánamo ou em prisões do Afeganistão e Iraque, afirmou.

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