Cruz Vermelha pede libertação de seqüestrados em Bagdá

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha classificou o seqüestro de 30 pessoas no Iraque como "inadmissível", e pediu sua libertação imediata e incondicional

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu neste domingo a libertação imediata e incondicional das 30 pessoas seqüestradas na sede do Crescente Vermelho Iraquiano, em Bagdá - na sua maioria funcionários da organização humanitária -, em um ato que qualificou como "inadmissível". "Pedimos a libertação imediata e incondicional das pessoas que foram seqüestradas esta manhã, porque, embora sete já tenham sido libertadas, ainda se desconhece o paradeiro e a situação dos demais", disse em entrevista coletiva em Genebra, o diretor de Operações do CICV, Pierre Krahenbuhl. Segundo a organização humanitária, o seqüestro aconteceu pouco antes do meio-dia na sede da Cruz Vermelha, no bairro de Al Wehda (ao leste da capital), e entre as pessoas capturadas havia 25 empregados do Crescente Vermelho Iraquiano, enquanto os demais eram civis que se encontravam no lugar no momento do ataque. "Temos consciência que o Iraque vive uma situação muito instável e perigosa e que há várias formas de conflito, mas, em qualquer caso, este ato é totalmente inaceitável e viola os princípios básicos do direito internacional humanitário", advertiu. Krahenbuhl ressaltou que, segundo as regras do direito internacional humanitário, "é expressamente proibido que pessoas que não participam do conflito sejam seqüestradas ou ameaçadas", o que se aplica, "também para grupos oficiais, como os da oposição". O Crescente Vermelho Iraquiano é, segundo Krahenbuhl, "uma das únicas organizações que tem capacidade para trabalhar em nível nacional" e desempenha sua tarefa com "devoção e humanidade", por isso "seus funcionários devem ser respeitados e apoiados, não Atacados". O CICV trabalha junto à organização em um programa voltado para os desabrigados e já atendeu 14 mil pessoas, além de oferecer assistência a hospitais. "Estamos nesse país porque a situação é evidentemente muito crítica para a população civil", por isso, o diretor da organização internacional assegurou que "a intenção é manter nossa presença ali sem dúvida nenhuma". Ainda assim, reconheceu que o seqüestro pode "influenciar na maneira como o Crescente Vermelho desempenha seu trabalho" no Iraque. O seqüestro em massa se tornou freqüente nos últimos meses no Iraque e se vincula com as ações de violência sectária que assolam o país. No entanto, Krahenbuhl disse não ter conhecimento de "nenhuma outra ação dessa magnitude nem dessa seriedade no Iraque nos últimos anos", embora tenha recnhecido que "as sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho freqüentemente enfrentam situações muito difíceis".

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